Chegar ao topo com projeto de "rigor e muito trabalho"

De forma aberta, o diretor da Escola Secundária Garcia de Orta diz que não se surpreende por ser a melhor escola pública. "É consequência do trabalho." Os alunos apontam o bom apoio dos professores
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A Escola Secundária Garcia de Orta, no Porto, está habituada a andar no topo dos rankings seja a nível do estabelecimento ou dos alunos. Por isso, Rui Fonseca, presidente do conselho executivo desta escola que faz 50 anos em 2019, diz que ser a melhor escola pública nesta tabela "não surpreende". O diretor de mil alunos, com 72 professores, admite que são as notas dos exames a ditar este ordenamento e aponta o trabalho, "muito trabalho", em equipa como caminho para o sucesso.

"Temos um projeto educativo assente no rigor, com um clima favorável à aprendizagem, com vista à excelência. Só é possível com alunos interessados e professores empenhados", diz Rui Fonseca, na direção desde 2012. A escola, alvo de uma remodelação no âmbito do Parque Escolar, tem excelentes instalações, reconhecem professores e alunos. É uma base importante, tal como ter 85% dos professores nos quadros, "permite estabilidade".

Os resultados obtidos nos exames do 11.º e 12.º anos são, diz Rui Fonseca, "uma consequência do trabalho", que na maioria dos alunos começa muito cedo. A Garcia de Orta, secundária com EB3, é a escola principal do agrupamento com o mesmo nome, com ensino desde o pré-escolar. "A maioria dos alunos está connosco desde o pré--escolar até terminar o 12.º ano", diz o diretor. Além disso, a valorização do desporto é aposta, com uma academia a permitir a prática de diversas modalidades, e também na ligação ao ensino superior.

"Temos vários protocolos com instituições como a Faculdade de Economia, o Instituto Superior Técnico ou a Católica, em que os alunos podem participar."

É o caso de Benedita Rosa, de 17 anos, aluna do 12.º ano em Economia, que já participou em iniciativas com faculdade. "Fico mais interessada. Amplia mais a matéria à vida real", aponta a aluna, enquanto a colega Sofia Oliveira, da mesma idade, que está no agrupamento desde o infantário, destaca o apoio dos professores. "Temos muitas aulas de apoio, há um bom ambiente."

Rodrigo Demarco, que optou pela área de ciência, nota igualmente que os professores "estão sempre a puxar pelos alunos, sem serem demasiado severos, o que faz que os estudantes também se mostrem mais interessados".

Na única turma de artes visuais do 12.º ano estuda João Nugent. "Somos poucos, 17, é melhor." Pretende seguir para o ensino superior - no ano passado, em 190 alunos da Garcia de Orta candidatos, 157 entraram no ensino público - e já tem planos. "Quero Arquitetura e depois fazer um mestrado de Desenvolvimento Urbano."

Falaram ao DN na biblioteca, um dos novos equipamentos criados com as obras da Parque Escolar, em 2010, que deram ainda à escola um auditório, a renovação de todos os laboratórios e do pavilhão. Além disso, nasceu um espaço de convívio ao ar livre, conhecido como a esplanada, uma praça que liga a biblioteca ao bar, com uma cobertura livre de apoios. "O projeto de remodelação da Bak Gordon Arquitetos é um dos sucessos da escola. Recebemos muitas visitas de arquitetos estrangeiros só por isso", aponta Rui Fonseca, que não tem dúvidas de que a boa estrutura é importante e "ajuda muito".

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