CDS diz que há falha grave do Estado no caso das listas de espera

O CDS considerou hoje que houve uma "falha grave do Estado" com os doentes em lista de espera para consultas e cirurgias, sublinhando que morreram 2.605 pessoas no ano passado sem terem conseguido ser operadas.
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A deputada do CDS Isabel Galriça Neto considerou que este dado avançado pelo recente relatório do Tribunal de Contas sobre o acesso à saúde "revela o desinvestimento a que se chegou no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

A comissão parlamentar de Saúde realiza hoje três audições, uma delas ao ministro da Saúde, sobre as conclusões da auditoria do Tribunal de Contas.

Para a deputada do CDS, a matéria apurada pelo Tribunal de Contas é de "enorme gravidade" e só foi ofuscada pela tragédia dos incêndios na zona Centro do país, que quase coincidiu com a divulgação do resultado da auditoria ao acesso ao SNS.

Segundo o relatório do Tribunal de Contas, dos 2.605 doentes que morreram enquanto aguardavam uma cirurgia, 231 eram doentes oncológicos.

A presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), hoje ouvida no parlamento, lembrou que o número de pessoas saídas das listas de espera devido a óbito em 2016 está em linha com o que vem acontecendo nos anos anteriores.

Marta Temido disse que a ACSS se preocupou em perceber as situações de cada um dos doentes que faleceram e sublinhou que as causas das mortes não estarão relacionadas diretamente com o motivo da intervenção cirúrgica pela qual aguardavam.

"As intervenções urgentes não entram em lista de espera", frisou.

Também o PCP considerou "muito preocupantes" as conclusões do Tribunal de Contas, nomeadamente ao apontar uma maior dificuldade de acesso dos doentes, a eliminação administrativa de pedidos de consultas e o falseamento de dados de desempenho.

PCP e Bloco de Esquerda, que requereram a audição à presidente da Administração Central e do Sistema de Saúde, hoje ouvida na comissão parlamentar, insistiram em saber quem ordenou "a limpeza administrativa das listas e falseou os indicadores de desempenho".

Também o PSD manifestou várias dúvidas sobre os dados de acesso que vão sendo revelados pela ACSS.

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