Cavaco apela ao voto contra a eutanásia

Antigo presidente da República considera "a legalização da eutanásia a decisão mais grave para a sociedade portuguesa"
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Cavaco Silva quebrou o silêncio para apelar ao voto contra a eutanásia. Numa declaração à Rádio Renascença, o ex-presidente da República explicou: "Estando em causa a defesa do primado da vida humana, entendi que devia fazer uso das duas armas que me restam como cidadão: a minha voz, não ficando calado, e o meu direito de voto na escolha dos deputados nas próximas eleições legislativas."

Cavaco Silva lembra ainda que nas eleições de 2015 a questão não foi abordada e por isso os deputados não podem agora aprovar uma matéria desta importância. Antecipando que a morte assistida seja discutida nas eleições de 2019, o antigo PR deixa já claro qual vai ser a sua posição. "Nas eleições legislativas de 2019 não votar nos partidos que apoiarem a legalização da eutanásia e procurar explicar àqueles que me são próximos para fazer a mesma coisa."

Cavaco não tem dúvidas que a "legalização da eutanásia" é "a decisão mais grave para a sociedade portuguesa que a Assembleia da República pode tomar".

"Como cidadão, sem responsabilidades políticas, o que posso fazer para manifestar a minha discordância é fazer uso do meu direito ao voto contra aquelas que votarem a favor da eutanásia."

A posição de Cavaco Silva apoia-se ainda nas opiniões de médicos e enfermeiros e o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

"Cada português deve pensar bem o que significa uma pessoa, um médico, ser autorizado por lei da Assembleia da República a matar outra pessoa. Se tal acontecer, a nossa sociedade rompe uma barreira e dá um salto no desconhecido muitíssimo perigoso", aponta.

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