Cavaco agiu "sempre" de "acordo com o superior interesse nacional"
Cavaco Silva escolheu a câmara de Cascais para pronunciar o último discurso dos seus dez anos como Presidente
"Procurei corresponder a essa confiança agindo sempre, em consciência, de acordo com o superior interesse nacional"
Esta foi uma das frases que marcou esta manhã, em Cascais, a última intervenção dos dez anos dos mandatos presidenciais de Cavaco Silva.
Discursando na câmara municipal, onde presidiu a uma sessão solene durante a qual lhe será atribuída a Chave da Vila e o título de Cidadão Honorário do Município, Cavaco Silva disse ser "testemunha" de que "muito para além dos ciclos políticos e da conjuntura, há um país que não desiste e de que há um povo que honra as vitórias, as conquistas e as Descobertas que ilustram a nossa história".
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
O Presidente cessante procurou manifestar-se não só agradecido aos portugueses ( "foi para mim um enorme privilégio servir Portugal e os portugueses ao longo destes dez anos tão cheios de desafios") como otimista face ao futuro ("termino as minhas funções com a redobrada certeza da garra e da mestria dos portugueses, com a mesma fé num futuro de maior coesão e justiça social para o nosso povo").
Antes do PR discursou o presidente da câmara. Carlos Carreiras, do PSD, salientou que "com o Presidente Aníbal Cavaco Silva não houve forças do bloqueio no Palácio de Belém", "não houve demissões de governos nem bombas atómicas constitucionais". "Houve - explicou - estabilidade, previsibilidade e normalidade" e "num país que se habituou a tudo, a batalha pela normalização e pela estabilidade promovidas pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva, num tempo muito particular e anormal, terá grande amplitude presente e futura."
A oposição camarária (PS e PCP) votou contra esta homenagem da autarquia ao Presidente da República e por isso faltou à sessão.
À saída da câmara, Cavaco resolveu responder às perguntas dos jornalistas dizendo apenas que tem "muitos papeis para arrumar, nem imaginam"