Candidatos do PSD a Lisboa têm de assinar carta de compromisso
Cabeça de lista do PSD à Câmara de Lisboa promete prestar contas aos lisboetas de todas as verbas gastas na cidade. Passos desafia Costa a fazer as reformas que o País precisa.
No dia em que marcou uma espécie de arranque da pré-campanha para as eleições autárquicas, a cabeça de lista do PSD a Lisboa anunciou que todos os candidatos do partido assinarão uma "carta de compromisso ético e de transparência". Teresa Leal Coelho que foi uma das oradoras da Convenção Autárquica Distrital do partido, afiançou ainda que, caso seja eleita presidente da câmara, todos os lisboetas saberão onde é gasto "cada tostão".
Dizendo que a "primeira prioridade" será a ação social, Teresa Leal Coelho explicou que este documento conterá também um compromisso de transparência: "Cada despesa que seja efetiva em cada junta e na Câmara Municipal de Lisboa será publicitada em edital trimestral".
Segundo a candidata social-democrata, "cada freguês ou cada munícipe poderá saber para onde foi cada tostão do orçamento da câmara ou da junta".
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"O cidadão saberá se aquelas verbas serviram para ação social, para promover habitação, centros de saúde ou se para fazer arraiais e festas, que também são necessários mas que não se podem fazer como prioritários", disse Teresa Leal Coelho.
A candidata, que também é vice-presidente do partido, acusou o Governo de melhorar as contas do défice à custa do metro de Lisboa e de conseguir "segurar" o compromisso governativo com o PCP graças à municipalização da Carris.
"A degradação do metro decorre das opções no âmbito do Governo com as cativações, que implicam retirar carruagens, espaçar tempo de passagem, o que tem tido um custo excessivo para os munícipes", afirmou, dizendo que o Governo "diminui o défice e quem se trama é o cidadão de Lisboa". Sobre o caso da Carris, que considerou "ainda mais gritante", classificou a municipalização deste serviço como "o preço que António Costa paga para ter o PCP no Governo".
No final da convenção - em que participaram, entre outros o presidente da Câmara de Cascais (e recandidato ao cargo) e coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras; e Ângelo Pereira, candidato em Oeiras - questionada pelos jornalistas se estaria atrasada em relação aos adversários na campanha, Leal Coelho respondeu que a sua candidatura tem "um "timing" que é próprio e independente de qualquer outro candidato". Considerou que "há tempo" para fazer campanha mediatizada - garantiu que faz há muito o levantamento dos problemas dos lisboetas - não se comprometeu com o momento para o arranque de iniciativas públicas ou para a apresentação do seu programa. "O programa às vezes é muito reclamado e pouco lido, eu quero que o meu seja muito lido", disse.
José Eduardo Martins, que elaborou uma versão preliminar deste programa e é o cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa, chegou ontem à convenção ao lado de Teresa Leal Coelho.
Já Mauro Xavier, que se demitiu da liderança da concelhia do PSD, disse que, ultrapassadas as polémicas, o partido está unido em torno da deputada e vice-presidente do PSD. "Claramente o projeto que Teresa Leal Coelho encabeça é melhor do que o do Fernando Medina", disse.
O líder do PSD encerrou esta convenção autárquica, mas falou para o país. Aproveitou a ocasião para desafiar o primeiro-ministro a "fazer as reformas que são importantes para o país" e disse estranhar que se esteja a discutir a integração dos precários sem discutir as necessidades da Administração Pública. Passos criticou que se estejam "a converter vínculos precários em permanentes sem saber se é nas áreas que são importantes, que estão em défice". Com Lusa