BE à defesa: "Há matérias sensíveis que não estão encerradas"

Bloquistas recebidos pelo Governo defendem que "não há ligação" entre aumento das pensões e aumento de impostos sobre trabalho
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Se até ao lavar dos cestos é a vindima, o Bloco de Esquerda e o Governo estão ainda com vários cestos por encher, nomeadamente aqueles em que se discutem "matérias sensíveis" sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2017, reconheceu esta quarta-feira à tarde o líder parlamentar bloquista, à saída de uma reunião com o Governo. E o lavar dos cestos prolonga-se pelo debate na especialidade do OE até ao final de novembro, apontou Pedro Filipe Soares.

Uma delegação do BE, chefiada pelo líder da bancada e que integrava ainda os deputados Jorge Costa e Mariana Mortágua, esteve reunida com o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.

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À insistência dos jornalistas, Pedro Filipe Soares repetiu-se uma e outra vez: "Há matérias sensíveis que ainda não estão encerradas." O líder da bancada bloquista identificou o aumento das pensões, mas também a sobretaxa do IRS (que o Governo quer eliminar progressivamente ao longo de 2017, e não logo a 1 de janeiro como está previsto na lei), como duas dessas matérias.

Pedro Filipe Soares reconheceu que "a proposta pode ainda ser melhorada" até sexta-feira, quando o Governo fizer chegar a proposta de OE ao Parlamento - e até lá BE e Governo manterão negociações, assim como os outros partidos parlamentares que apoiam o executivo socialista. Mas o líder parlamentar bloquista recusa que sexta-feira seja a data-limite para discutir o OE. O período de debate na especialidade será "relevante" para o fazer, admitiu várias vezes. "Na especialidade, cá estaremos", sublinhou Pedro Filipe Soares.

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O BE recusou qualquer "ligação" entre o aumento real de pensões, defendidos pelos bloquistas e comunistas, e o aumento dos impostos do trabalho, nomeadamente a manutenção da sobretaxa do IRS para os salários mais elevados. Segundo o Bloco, há "capacidade" no OE para garantir o aumento das pensões, sem manter a sobretaxa. "Há alternativas mais justas", insistiu Pedro Filipe Soares.

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