Assunção Cristas: "O CDS deverá ir sozinho a legislativas"
A única candidata à liderança dos centristas apresentou hoje o guião político estratégico que vai levar ao congresso
"Ambição e responsabilidade para Portugal", promete Assunção Cristas na moção que apresentou esta sexta-feira e na qual definiu as ideias chave que vai propor para a liderança do partido. Deixou um não determinado a uma nova coligação com o PSD, nas próximas eleições legislativas, reduzindo possíveis alianças com Passos Coelho a algumas autarquias."O CDS e o PSD só têm a ganhar fortalecendo as suas posições e alargar o seu eleitorado no centro-direita e por isso entendo que o CDS deverá ir sozinho às eleições legislativas", salientou, no final da intervenção, em resposta aos jornalistas. Cristas, que contou com a presença de outros vice-presidentes do partido, alguns dos quais tinham hoje divulgado as suas moções, como João Almeida e Adolfo Mesquita Nunes, afirmou que "o CDS tem a oportunidade para se afirmar como uma parte cada vez mais robusta de uma futura solução de Governo de centro direita". Por isso, assinala, o partido prepara-se "diariamente para um desafio que não tem dia marcado".
O CDS, sublinha, vai protagonizar uma oposição "firme mas sempre construtiva de uma alternativa de Governo de centro direita". Assunção Cristas sublinhou, porém, que, no atual cenário político, caso a maioria parlamentar de esquerda se desfaça e "passe a bola" de novo à direita - cenário que admitiu ser "improvável, mas não impossível" - o CDS está preparado para assumir as suas responsabilidades do governo, no âmbito do programa da coligação PaF.
A moção de Assunção Cristas está dividida em cinco pontos. O primeiro é o retrato do país hoje, destacando as suas dificuldades e elogiando algumas medidas do anterior governo PSD-CDS.
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A segunda parte é o seu sonho para Portugal no futuro. "Daqui a 20 anos, Portugal é reconhecido e respeitado internacionalmente como um parceiro atento e ativo na cena internacional. A sua capacidade de estabelecer pontes e bom relacionamento, nas várias geografias onde se move, enriquece as instituições multilaterais a que pertence, desde logo a União Europeia, e a sua dimensão permite-lhe ter a agilidade de muitas vezes ser uma voz serena e construtora de consensos", pensa. "A mobilidade social é uma realidade em Portugal e a persistência da pobreza é residual. O contexto social do nascimento não compromete a realização e cumprimento dos projetos de vida e felicidade de cada pessoa", deseja. Como se podem alcançar estes objetivos é o terceiro ponto, com as "políticas prioritárias". O quarto capitulo contem questões sobre a organização do país e da política e o quinto a "ambição do CDS.
Assunção Cristas destaca como "maior problema" do país "o desemprego e a pobreza, tantas vezes a ele associado". Salienta que "as transferências sociais dos últimos anos não foram capazes de resolver o problema da pobreza com eficácia e, apesar do peso da despesa social com o PIB ter aumentado significativamente, nem por isso o risco de pobreza reduziu o desejável".
Cristas quer uma "ambição máxima" para o CDS, devendo afirmar-se como "partido reformista, destemido na abordagem dos temas e promotor ativo de consensos". "Queremos ser a primeira escolha dos portugueses", assinala.