A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, acusou no sábado o governo "de total incapacidade em lidar com as questões da soberania"..A líder dos centristas falava no jantar do 43.º aniversário do partido, realizado na Póvoa de Varzim, num evento que serviu, também, para apresentar os candidatos autárquicos do CDS-PP a este concelho nortenho.."Nas últimas semanas assistimos ao que mais escandaloso há, com este governo a mostrar total incapacidade em lidar com questões profundamente relevantes como é a soberania", disse Assunção Cristas..A presidente do CDS-PP apontou que o executivo socialista "nunca olhou com o respeito suficiente para as áreas da defesa, da administração interna, da segurança interna e, muitas vezes, da justiça", deixando alguns exemplos.."Assistimos a uma total descoordenação e inaptidão em lidar com a transparência. Na tragédia de Pedrógão Grande vimos algo inimaginável, num total falhanço do estado, e uma incapacidade em lidar com as entidades que estão sobre a sua tutela", afirmou..No seu discurso na Póvoa de Varzim, perante simpatizantes e militantes do partido, entre os quais o vice-presidente e euro-deputado Nuno Melo, o líder de bancada parlamentar, Nuno Magalhães, assim como vários outros deputados da Assembleia da República, e dirigentes das distritais, Assunção Cristas abordou, também, a questão do furto do material militar em Tancos.."É muito grave virem membros do governo desvalorizaram o incidente e o primeiro-ministro dizer que nada daquilo tinha importância, que era uma sucata, e quase que tínhamos de agradecer terem levado o material", disse a dirigente.."Tal toca as raias do escandaloso, parece que estão a fazer de todos os portugueses parvos, e nós não somos parvos", acrescentou..Assunção Cristas também 'apontou baterias' ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Artur Santos Silva, e à forma como, alegadamente, o governante se afastou do debate, com os homólogos europeus, sobre a questão da Venezuela.."Não vai aos conselhos de ministros em Bruxelas. Deve achar maçador ter que interagir com os seus colegas europeus, pois em sete reuniões foi apenas a duas", afirmou, questionando: "Não haverá nada a dizer? Não haverá uma posição portuguesa para ser defendida?"..Assunção Cristas considerou "muito estranho que numa última reunião, quando foi abordado o tema da Venezuela, onde vivem 500 mil portugueses, o ministro não achou importante ir, tal como o secretario de estado".."Esteve apenas o nosso embaixador, e dir-me-ão que o tema não estava na agenda, mas não seria suficiente importante, mesmo assim, percebermos que iria ser tratado, e lá falar com os outros ministros para trocar impressões, preocupando-se com os venezuelanos e sobretudo com os portugueses que lá vivem?", voltou a questionar..Nesta toada, Assunção Cristas concluiu que "o governo falha quando não põe os temas em cima da mesa e discute as áreas de segurança e proteção dos cidadãos".."O estado existe antes de tudo mais, antes da educação, da saúde, dos transportes, das prestações sociais, para proteger e dar segurança aos seus cidadãos, esse deve ser o coração de qualquer estado", rematou...