Costa abre guerra à EDP e ao regulador 

António Costa aproveitou hoje o debate parlamentar quinzenal para desferir um forte ataque às empresas do setor energético, "designadamente a EDP", e ao regulador do setor
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"Vários operadores, como a EDP, têm várias manhas", afirmou. E essas "manhas" são exercidas "com a indevida cobertura das entidades reguladoras para contornar" a lei.
Segundo acrescentou, o setor comportou-se com o anterior governo de forma "dócil" mas agora, face ao atual Executivo, adotou uma atitude de "hostilidade".

Assim, na revisão dos contratos pelos quais o Estado subsidia o setor, o objetivo do Governo é claro: que "famílias, empresas e Estado paguem menos do que têm pago". "Se há coisa que lhe posso garantir é que [o setor] não contará com nenhuma boa vontade [do Governo]", disse, respondendo à deputada dos Verdes Heloísa Apolónia.
O debate passou muito pela questão energética mas o tema oficial foi a educação, por escolha do Executivo.

Nesta matéria, o primeiro-ministro mostrou alguma irritação face à intervenção da líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins. Esta, exigindo turmas mais pequenas e um processo mais alargado de vinculação ao Estado de professores temporários, disse que se isto não for feito "tudo o resto é um verbo de encher".

Costa, manifestamente, não gostou dos termos usados pela líder bloquista. Elencou uma série de medidas já postas em prática no setor e concluiu: "Não é verbo de encher aquilo que estamos a fazer". Pelo meio, anunciou que em janeiro haverá um novo processo de vinculação de professores e, quanto à redução de alunos por turma, afirmou que que envolverá 200 mil alunos.

Para a história deste debate ficou também um aviso do líder do PCP. Falando da situação nas escolas e nos transportes públicos, Jerónimo de Sousa apelou a António Costa para que "renove a esperança" na solução parlamentar que envolve o PCP no apoio ao Governo. "É inquestionável que permanece no ensino e na escola um sentimento de frustração", afirmou. Concluíndo com produção de teoria geral sobre o futuro da 'geringonça': "A dialética tem este sentido: O que era verdade anteontem pode não ser verdade amanhã. E o quadro de esperança que se abriu precisa de ser mantido para que esta dialética não se concretize."

Já o PSD questionou o primeiro-ministro - como tem feito em todos os debates - sobre a solução governamental para o problema bancário do crédito mal parado - o chamado "banco mau", de que já se fala há um ano e meio. Costa informou apenas que esta semana houve uma reunião entre o ministro das Finanças e banqueiros sobre o assunto.

Veja aqui todo o debate quinzenal

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