Bloco responde a PCP. Aumentar pensões 10 euros, mas só as mais baixas
Afinal estavam quase em sintonia e não sabiam. PCP e BE estão ambos a negociar com o PS, no âmbito do Orçamento de Estado para 2017, um aumento de , pelo menos, 10 euros nas as pensões. A diferença é que enquanto os comunistas querem essa subida para todas, os Bloco limita essa subida apenas para as pensões abaixo dos 600 euros.
Jerónimo de Sousa assumiu a reivindicação na entrevista DN/TSF afirmando que o PCP propõe "um aumento geral extraordinário de dez euros para todas as reformas e pensões", assinalando que o partido considera "curta e bastante limitada esta ideia das reformas mais baixas" e que, no entender do PCP "há que valorizar pensões, reformas de 600, 800 euros...".
Confrontada pelos jornalistas com as declarações do secretário-geral do PCP, Catarina Martins revelou que o BE também está a negociar um aumento de igual valor nas pensões de reforma, definiu a linha que separa o Bloco dos comunistas nesta matéria. "Nós não tratamos pensões altas da mesma forma como tratamos pensões mais baixas. É uma questão de justiça e achamos do ponto de vista das pensões até aos 600 e poucos euros que precisam de ter um aumento real e 10 euros parece-nos um valor adequado", afirmou.
Contactado pelo DN, o PS não quis reagir à pressão dos dois partidos à esquerda para um aumento de pensões no próximo ano. Na conferência da rentrée socialista, António Costa já assegurara que as pensões mais baixas iriam subir, mas sem revelar valores.
Nos partidos da oposição a reivindicação deste aumento é visto com ceticismo. "Uma coisa é o que os partidos de esquerda dizem que querem, outra é aquilo que acabam por aceitar, como se viu no passado, só para para manterem o governo", diz fonte da direção do CDS. Não passou despercebido aos centristas, porém, que BE e PCP estejam a levantar "bandeiras" que o CDS sempre empunhou. "É claro que a nossa estratégia colocou Bloco e PCP à defesa e que se desdobram em iniciativas dessas para se precaverem da oposição que estamos a fazer".
O PSD não houve "surpresas" na entrevista de Jerónimo. "A ideia mais forte e passado um ano das eleições é ver Jerónimo de Sousa a puxar dos galões pela OPA que fez ao PS e a mostrar que não foi o PCP que se tornou um partido moderado, mas sim o PS que se radicalizou. E Jerónimo exibe os louros por isso", assinala Hugo Soares, vice-presidente da bancada parlamentar.
No seu comentário na SIC, Marques Mendes elogiou a entrevista do líder comunista, classificando-a como "inteligente", por definir "ao contrário do BE, um objetivo, para Orçamento , pela positiva e popular: o aumento das pensões de reforma".