O militante socialista Álvaro Beleza defende que o PS deve estar focado em garantir a “paz interna” necessária para poder dar aos seus candidatos as “condições para ganharem a batalha” nas eleições autárquicas. “Estou certo de que o PS resistirá bem no mês da comemoração da Primeira República, de que somos herdeiros”, disse o também presidente da SEDES, em declarações ao DN.Álvaro Beleza, que integra a ala moderada do PS, juntamente com figuras como António José Seguro, Francisco Assis e Sérgio Sousa Pinto, apoia José Luis Carneiro para a liderança do partido, frisando que teria sido mais fácil ao candidato “ficar no sofá em reflexão”.“José Luís Carneiro tem o perfil certo de secretário-geral para o período que o PS tem pela frente, para unir e agregar, ouvir antes de falar, respeitar todas as sensibilidades e preparar o partido para as autárquicas e depois as presidenciais”, defendeu.Por último, acrescentou, será importante “organizar em 2026 e 2027 uns estados gerais que abram a sociedade civil e em modo descentralizado no território, regiões e diáspora, que possam ser fórum de debate, catarse e criação de uma alternativa sólida, ambiciosa e com visão para um país com crescimento económico pujante que seja partilhado por todos sem exclusões e com os valores que nos norteiam há séculos, de humanismo, liberdade e fraternidade”. Pedro Nuno ainda “é muito novo e tem muito para dar”Nas últimas eleições internas, em dezembro de 2013, Álvaro Beleza e o seu “grupo dos moderados” apoiaram a candidatura de Pedro Nuno Santos, que derrotou José Luís Carneiro por 61% contra 37%. Na altura, a decisão de Beleza e Assis de apoiar Pedro Nuno - associado à ala esquerda do partido - foi interpretada como uma aliança que convinha aos dois lados. Sobre o líder demissionário, Álvaro Beleza considera que Pedro Nuno Santos ainda “é muito novo e tem muito para dar a Portugal”. O partido deve ser “grato” e ter “respeito” por Pedro Nuno Santos, agradecendo a sua “coragem, energia e autenticidade”.Carneiro apresenta candidatura à liderança do PS no dia 7 de junhoJosé Luís Carneiro vai apresentar a sua candidatura à liderança do PS a 7 de junho, numa declaração pública agendada para a sede nacional, no Largo do Rato, em Lisboa. Até agora único candidato declarado a novo secretário-geral do PS, depois de Pedro Nuno Santos se ter afastado, na sequência da pesada derrota nas legislativas de 18 de maio, que levou à redução do grupo parlamentar de 78 para 58 deputados, Carneiro defenderá a ideia de “ouvir e dar voz às pessoas, ao serviço de Portugal”.Com a votação, reservada aos militantes, marcada para 27 e 28 de junho, Carneiro irá percorrer Portugal na campanha interna, aproveitando para estar ao lado dos candidatos autárquicos do partido. As autárquicas serão disputadas em data ainda indefinida, entre o final de setembro e o início de outubro, constituindo o primeiro grande teste ao líder.A data-limite para apresentar candidaturas a secretário-geral será 12 de junho, mas até agora só o professor universitário e comentador Miguel Prata Roque admitiu enfrentar o antigo ministro da Administração Interna nas eleições diretas. *Com L.R. .Álvaro Beleza: António José Seguro poderá ser um “grande candidato” presidencial do PS.Álvaro Beleza: “Portugal é um porto de abrigo e isso é uma vantagem para captar indústria militar”