Os Verdes Europeus, grupo político do qual o Livre é membro, juntam-se este fim de semana na Feira Internacional de Lisboa (FIL) para realizar o seu congresso. Até domingo, líderes desta área política vão discutir soluções para problemas como a "habitação, a guerra e a paz" e para "denunciar à escala europeia o ataque que está a ser feito aos trabalhadores em Portugal". O objetivo? Fazer com que "as pessoas sintam que os progressistas podem voltar a ganhar", diz Rui Tavares, porta-voz do Livre.Ao DN, o deputado e dirigente do partido explica que, mais do que nacionais as questões já referidas são, sobretudo, europeias, independentemente da geografia. "Todos queremos que haja soluções à escala da União Europeia para os problemas que afetam todos os Estados-membros", garante Rui Tavares.Com este encontro a acontecer pela primeira vez em Portugal, a intenção do Livre é também "aprender com as experiências de governação e de representação política dos Verdes em toda a Europa". Tudo porque, diz Rui Tavares, "é preciso uma esquerda de soluções, que não seja meramente de protesto mas de propostas e que seja, inclusive, de poder, quando os portugueses decidirem iniciar um novo ciclo político".Como exemplos a seguir, o porta-voz do Livre vê as cidades de Paris, Berlim, Amesterdão e Copenhaga. Neste último caso, os verdes tornaram-se na segunda força política a seguir à aliança de esquerda que venceu as eleições. "A ação dos Verdes Europeus no contexto local é muito importante. Não há cidade por onde tenham passado onde não se vejam bons exemplos de urbanismo, de políticas de habitação, de instituições locais que funcionam bem, de creches, de bibliotecas, de ciclovias", considera Rui Tavares, acrescentando que os eleitos locais do Livre participarão numa reunião com congéneres estrangeiros. A candidatura do Livre (que, a par do Partido Ecologista Os Verdes é membro de pleno direito deste grupo político) para acolher o congresso deve-se à vontade do partido em trazer "mais sul e mais esquerda" para os Verdes Europeus. Nessa ótica, os ministros do Trabalho e da Cultura de Espanha (Yolanda Díaz e Ernest Urtasun, da plataforma Sumar) marcarão presença no encontro. E aí, entende Rui Tavares, "o Livre teve um papel decisivo em conseguir mobilizar os vizinhos espanhóis a aproximarem-se dos Verdes Europeus" (a coligação Sumar integra alguns partidos pertencentes ao grupo da Esquerda no Parlamento Europeu, onde estão inseridos BE e PCP). "Espero que isso possa resultar num futuro, numa colaboração mais estreita, dando-se um sinal de que é preciso agregar forças, de que se pode precisamente somar para mudar", refere o porta-voz do Livre.De todo o encontro, sábado é o único dia aberto ao público, arrancando com uma conferência de imprensa às 8h45, onde, além de Rui Tavares, estarão presentes Vula Tsetsi (Grécia) e Ciarán Cuffe (Irlanda), todos co-presidentes dos Verdes Europeus. O dia encerra com uma sessão política à noite, na Casa do Alentejo, onde a co-porta-voz do Livre, Isabel Mendes Lopes, estará ao lado de Yolanda Díaz e do vice-primeiro-ministro da Eslovénia, Luka Mesec.liv.Copenhaga virou mais à esquerda para castigar Mette.Partidos Livre e PAN confirmam adesão aos Verdes Europeus