Ventura fala em "fragilidade psíquica" de Arruda e pede que renuncie ao mandato
FOTO: Leonardo Negrão

Ventura fala em "fragilidade psíquica" de Arruda e pede que renuncie ao mandato

Líder do Chega afirmou que foi o partido que denunciou ao presidente da Assembleia da República a existência dos objetos agora apreendidos ao deputado açoriano.
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O líder do Chega afirmou esta terça-feira, a propósito da apreensão de objetos na Assembleia da República, por parte da Polícia de Segurança Pública, no âmbito do caso que envolve Miguel Arruda, que foi o partido que denunciou a situação a José Pedro Aguiar-Branco, tendo falado em "evidente fragilidade psíquica" do deputado, ao qual reiterou o pedido para renunciar ao mandato.

“Foi o Chega que na quinta-feira comunicou ao Presidente da Assembleia da República a existência destes objetos a existência destes objetos como possibilidade de serem ou estarem relacionados com o produto de um crime que tinha sido publicamente exposto”, referiu André Ventura, em declarações aos jornalistas no parlamento.

“Ontem, o Chega foi contactado para dar autorização e acesso ao seu espaço para que pudesse ser averiguado e apreendido esse eventual objeto do crime”, acrescentou, dando conta de que vários elementos do partido acompanharam “em todo o percurso todas as ações das autoridades policiais e judiciárias”.

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Ministério Público acordou com o Parlamento o dia para apreender malas a ex-deputado do Chega na AR

“O que ocorreu no Parlamento não foi uma busca, foi uma denúncia do Chega, uma articulação e autorização do Chega, para que essa apreensão pudesse acontecer. Esta é a diferente atitude de um líder político face ao crime que outros não têm”, vincou.

André Ventura considerou “que estamos perante um problema de natureza psíquica ou psiquiátrica”, mas que, para que não houvesse "dois pesos e duas medidas", explicou que a primeira atitude do Chega foi a de exigir a renúncia ou suspensão do mandato, pedido que reforçou esta terça-feira ao deputado que entretanto se desvinculou da bancada parlamentar do Chega e passou a deputado não inscrito.

“Queria pedir a Miguel Arruda que renunciasse ao seu mandato de deputado. Perante o que aconteceu ontem, perante a evidência do que aconteceu, perante a evidente fragilidade psíquica em que se encontra, perante a evidência dos factos, não tenho outro caminho enquanto presidente do partido, em nome da dignidade, de Portugal, do grupo parlamentar no qual foi eleito, que renuncie ao seu mandato. O espetáculo que estamos a dar aos portugueses exige uma atitude firme na nossa parte e que mostremos que fazemos política diferente do que os dois partidos do sistema fizeram ao longo dos 50 anos."

O líder do Chega avançou ainda que “soube na quinta-feira que havia estes objetos” e que no mesmo dia informou o presidente da Assembleia da República.

Embora garanta que assume responsabilidades políticas pelas escolhas que faz, diz que “o presidente de um partido não pode ser responsabilizado por todos os atos pessoais e privados levados a cabo por funcionários, deputados ou outros que completamente fora do seu mandato - em incumprimento de regras e da lei - levam a cabo um comportamento criminoso”.

Nesta segunda-feira, a Assembleia da República revelou, em comunicado, a realizações "de buscas e apreensões no gabinete do deputado Miguel Arruda na Assembleia da República".

"Esta ação foi presidida por magistrada do Ministério Público, tendo a Assembleia da República prestado toda a colaboração na realização da diligência", lê-se na nota.

Na sexta-feira, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, anunciou que o deputado eleito pelo Chega no círculo dos Açores -- constituído arguido na semana passada por suspeita de furto de malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada - tinha passado à condição de não inscrito.

O inquérito criminal está em segredo de justiça, informou esta terça-feira fonte oficial da PGR.

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