Marcelo Rebelo de Sousa é, com larga margem, o Presidente da República Portuguesa que fez mais viagens desde o 25 de abril. Conta, aliás, com um número maior do que o somatório de todos os outros chefes de Estado dos últimos 50 anos.A propósito de toda a polémica que envolve André Ventura e o líder da República, a propósito do "Bürgerfest", na Alemanha, vem à baila o número de viagens realizadas por este último, por comparação com os outros Presidentes. Ora, a diferença existente é bem expressiva.Numa altura em que está no último ano do segundo mandato, Marcelo já realizou 160 viagens. Um número que representa mais do triplo do que qualquer um dos seus antecessores. De resto, significa multiplicar por seis o número de deslocações de Cavaco Silva.Olhando para trás, a democracia viu quatro líderes anteriores a Marcelo, sendo que todos eles completaram dois mandatos. O primeiro foi Ramalho Eanes (1976-1986), com um total de 28 viagens. Seguiu-se Mário Soares (1986-1996), que somou 48 deslocações, ou seja, o número mais alto neste parâmetro, até Marcelo chegar ao Palácio de Belém.Mais tarde foi a vez de Jorge Sampaio (1996-2006), que se aproximou de Soares, ao realizar 45 viagens. De seguida, foi a vez de Cavaco Silva (2006–2016), que efetuou 26 viagens, o número mais baixo entre os mencionados. Significa isto que, em 40 anos de presidências, foram contabilizadas 147 viagens. Marcelo, porém, já superou este número.Se olharmos lá para fora, é bem elucidatória uma comparação com os Estados Unidos, uma das superpotências económicas e militares. Marcelo supera os números de anteriores presidentes como George W. Bush (140 viagens), Bill Clinton (133) ou Barack Obama (120), cada um deles com dois mandatos realizados.Do Mundial do Qatar ao 'incidente' com BolsonaroMarcelo realizou um total de 160 deslocações oficiais a países estrangeiros. Mais de seis vezes as de Cavaco Silva e mais do triplo do que Mário Soares, agora segundo neste ranking.Espanha e França foram os países mais visitados, mas multiplicaram-se as viagens ao Brasil, Angola, Cabo Verde, Itália, EUA, entre outros. Ora, entre muitas polémicas a viagem ao Qatar, em 2022, apesar de, semanas antes, ter prestado declarações nas quais disse que aquele país "não respeita os direitos humanos".Meses antes, em julho do mesmo ano, Marcelo aterrou no Brasil, onde ia reunir com o presidente brasileiro da altura Jair Bolsonaro. Porém, este cancelou o almoço, em virtude da reunião agendada entre o homónimo português e Lula da Silva. Marcelo descreveu o caso como sendo a "espuma dos dias" e desvalorizou.Polémicas à parte, o que é certo é que Marcelo termina o mandato em janeiro de 2026 como o Presidente da República mais viajado de sempre..Marcelo recusa comentar Ventura porque só fala de “coisas boas” no estrangeiro