A privatização da TAP é um dossiê que "une" PSD e PS, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, destacando que os dois partidos, embora com divergências "sobre o modelo", estão de acordo. "O que nos une é vender a TAP, porque o PS e o PSD estão de acordo, agora as circustâncias vamos defini-las", disse Miguel Pinto Luz em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias.O governante falava no exemplo do novo aeroporto, em que o Governo sentou-se à mesa com o antigo primeiro-ministro António Costa para tomarem decisões. "E, portanto, eu não tenho qualquer tipo de pagem a dizer que este processo de privatização foi iniciado pelo anterior Governo, como é sabido, pelo Ministro Medina, ainda em 2023. E, portanto, nós estamos a continuar sempre o que dissemos, queremos privatizar. Há divergências entre o Partido Socialista e o PSD e a AD, sobre qual é o modelo. Se são 100%, se são 49%, se é maioria, se não é maioria, e isso será resolvido a seu tempo", afirmou Pinto Luz.O ministro deixou claro, também, que a privatização não vai avançar a qualquer custo, e que "se não forem garantidas as questões estratégicas para o país não há privatização nenhuma e a TAP fica como está", citando o hub da empresa e a sua sede em Lisboa como pontos obrigatórios, além da manutenção das rotas para a América Latina, nomeadamente o Brasil, e América do Norte..Privatização da TAP: Azul assombra processo de venda.TAP compra Portugália, Cateringpor e Cuidados de Saúde à TAP SGPS e prepara terreno para a privatização.Confirmando que os três principais interessados no negócio neste momento são o grupo Air France/KLM, o grupo Lufthansa e a IAG, da British Airways, Pinto Luz disse que "há uma enorme apetência pela TAP depois da injeção de capital que existiu, 3,2 mil milhões de euros".O montante refere-se ao processo de reestruturação do grupo, que teve como ação mais recente a passagem da Portugália da TAP S.G.P.S para a TAP S.A., empresa que será aberta aos privados. No entanto, conforme avançou o Dinheiro Vivo, um dos riscos que se colocam à privatização será uma possível tentativa de impugnação deste negócio pela companhia brasileira Azul, que tem um braço-de-ferro em curso com a TAP SGSP para exigir o pagamento de uma emissão de obrigações no valor de 165,7 milhões de euros que subscreveu quando era acionista da companhia portuguesa.CP na alta velocidadeNa entrevista, Pinto Luz ainda confirmou que o Governo vai anunciar, no próximo mês, o concurso para aquisição de comboios de alta velocidade, com a CP sendo o principal operador nesta modalidade. "Não tenham dúvidas nenhumas sobre isto", destacou."Este governo acredita na CP. Se não acreditasse, não tinha lançado o passe verde ferroviário, que hoje tem mais de 100 mil utentes. Primeiro, disseram que ia entupir o serviço, que não ia funcionar, que não íamos conseguir. Depois disseram que o Governo não ia ressarcir a CP, mas o Governo já decidiu injetar na CP o que a empresa necessita para reequilibrar as suas contas", afirmou o ministro.