Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.
Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.Estela Silva/Lusa

PSD e PS "unidos" pela venda da TAP, diz Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas e Habitação reforça que processo de privatização está a andar, mas só avança se interessados derem provas de garantias estratégicas para Portugal. Em entrevista, à TSF e ao Jornal de Notícias, governante também fala sobre a CP, que será o principal operador de comboios de alta velocidade no país.
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A privatização da TAP é um dossiê que "une" PSD e PS, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, destacando que os dois partidos, embora com divergências "sobre o modelo", estão de acordo. "O que nos une é vender a TAP, porque o PS e o PSD estão de acordo, agora as circustâncias vamos defini-las", disse Miguel Pinto Luz em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias.

O governante falava no exemplo do novo aeroporto, em que o Governo sentou-se à mesa com o antigo primeiro-ministro António Costa para tomarem decisões. "E, portanto, eu não tenho qualquer tipo de pagem a dizer que este processo de privatização foi iniciado pelo anterior Governo, como é sabido, pelo Ministro Medina, ainda em 2023. E, portanto, nós estamos a continuar sempre o que dissemos, queremos privatizar. Há divergências entre o Partido Socialista e o PSD e a AD, sobre qual é o modelo. Se são 100%, se são 49%, se é maioria, se não é maioria, e isso será resolvido a seu tempo", afirmou Pinto Luz.

O ministro deixou claro, também, que a privatização não vai avançar a qualquer custo, e que "se não forem garantidas as questões estratégicas para o país não há privatização nenhuma e a TAP fica como está", citando o hub da empresa e a sua sede em Lisboa como pontos obrigatórios, além da manutenção das rotas para a América Latina, nomeadamente o Brasil, e América do Norte.

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Confirmando que os três principais interessados no negócio neste momento são o grupo Air France/KLM, o grupo Lufthansa e a IAG, da British Airways, Pinto Luz disse que "há uma enorme apetência pela TAP depois da injeção de capital que existiu, 3,2 mil milhões de euros".

O montante refere-se ao processo de reestruturação do grupo, que teve como ação mais recente a passagem da Portugália da TAP S.G.P.S para a TAP S.A., empresa que será aberta aos privados. No entanto, conforme avançou o Dinheiro Vivo, um dos riscos que se colocam à privatização será uma possível tentativa de impugnação deste negócio pela companhia brasileira Azul, que tem um braço-de-ferro em curso com a TAP SGSP para exigir o pagamento de uma emissão de obrigações no valor de 165,7 milhões de euros que subscreveu quando era acionista da companhia portuguesa.

CP na alta velocidade

Na entrevista, Pinto Luz ainda confirmou que o Governo vai anunciar, no próximo mês, o concurso para aquisição de comboios de alta velocidade, com a CP sendo o principal operador nesta modalidade. "Não tenham dúvidas nenhumas sobre isto", destacou.

"Este governo acredita na CP. Se não acreditasse, não tinha lançado o passe verde ferroviário, que hoje tem mais de 100 mil utentes. Primeiro, disseram que ia entupir o serviço, que não ia funcionar, que não íamos conseguir. Depois disseram que o Governo não ia ressarcir a CP, mas o Governo já decidiu injetar na CP o que a empresa necessita para reequilibrar as suas contas", afirmou o ministro.

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