PS acusa AD de tornar tema da transparência "invisível" no seu programa eleitoral
O porta-voz do PS, Marcos Perestrello, acusou a AD - Coligação PSD/CDS de ter tornado "invisível" o tema da transparência no programa eleitoral divulgado na semana passada. Numa declaração convocada para reagir a notícias sobre falhas na declaração de contas bancárias pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, o até agora vice-presidente da Assembleia da República defendeu que "certamente não foi por acaso ou por desatenção" que a coligação de centro-direita estará a dar menor atenção ao assunto.
Criticando as "mentiras", "meias-verdades", "manipulação" e "falta de transparência" que apontou ao líder social-democrata, Marcos Perestrello recordou que, nas legislativas de 2024, a então Aliança Democrática fez uma campanha eleitoral "em tornos dos conflitos de interesses, incompatibilidades e prevenção de riscos", mas que "toda essa conversa acabou".
O cabeça de lista do PS pelo círculo de Santarém disse que o seu partido irá "exigir o esclarecimento das dúvidas levantadas por investigações" à vida empresarial e finanças pessoais de Luís Montenegro, acusando-o de não trazer a estabilidade que diz querer garantir. "A única promessa segura que nos pode fazer hoje é a da instabilidade e a da paragem do país", disse.
Marcos Perestrello disse que o Governo da Aliança Democrática "herdou o país com contas certas, com a dívida a cair, com a economia e as exportações a crescer, e com o emprego a aumentar", tendo Montenegro passado o último ano "a gastar o excedente orçamental, a cortar as fitas das obras lançadas pelos governos socialistas e a agravar os problemas que existiam".
Entre as áreas problemáticas assumidas pelo porta-voz socialista estão a Saúde, a Educação e a Habitação, nas quais disse que o Governo da Aliança Democrática "procurou mascarar a realidade com truques". E enumerou as 19 urgências hospitalares fechadas ao longo do fim-de-semana de Páscoa, o acréscimo de 50 mil utentes sem médico de família, as rendas e preços de casas em "valor recorde" e o que disse verificar-se nas escolas portuguesas, onde "ninguém sabe quantos alunos há sem professor".
De igual modo, Perestrello voltou a referir-se ao impacto das alterações das tabelas de retenção do IRS. "Luís Montenegro quis, mais uma vez, enganar os portugueses com truques", disse, acerca dos contribuintes que, depois de entregarem a declaração, irão ter de fazer pagamentos ao Estado "quando antes recebiam reembolsos".