Pedro Duarte ainda não tomou posse como presidente da Câmara do Porto, mas já se confronta com sinais de turbulência política. Em Ramalde, uma das maiores freguesias da cidade, o PS conseguiu formar uma maioria inesperada, juntando a votos socialistas os eleitos do Chega, do Livre e do movimento independente Fazer à Porto, liderado por Filipe Araújo. A coligação PPD-PSD/CDS-PP/IL, que venceu as eleições autárquicas, viu assim a sua proposta para a Mesa da Assembleia de Freguesia ser derrotada. O aviso político não tardou: “Estamos aqui para fazer oposição. Habituem-se”, declarou ao DN Miguel Corte Real, dirigente do Chega e antigo candidato à Câmara do Porto, numa mensagem dirigida à coligação de Pedro Duarte. Uma fonte da coligação “Porto Somos nòs” considera o episódio um sinal preocupante de “bloqueio político deliberado”: “O que se disse do Chega, nomeadamente pelo Dr. Pizarro, confirma-se agora. Esta coligação negativa tem como único objetivo prejudicar o executivo da Junta de Ramalde, juntando todas as outras forças políticas para travar a lista apresentada pela coligação de Pedro Duarte”, afirmou ao DN fonte oficial da candidatura. Do lado do Chega, Miguel Corte Real rejeita acusação de ter havido entendimento formal ou acordo com o Partido Socialista. “Não há qualquer acordo ou aliança com o PS. Há, sim, uma falta de vontade da coligação vencedora em dialogar com os outros. O PS apresentou uma lista, e os nossos eleitos supostamente votaram nela por considerarem que estava melhor preparada para fiscalizar o executivo. E digo supostamente porque o voto é secreto”, frisou. O dirigente sublinhou ainda que o Chega decidirá caso a caso: “Cada situação será avaliada conforme as circunstâncias, escolhendo sempre as melhores soluções para a cidade.” Em Ramalde, a coligação PSD/CDS/IL venceu as eleições autárquicas de 12 de outubro com 40,79% dos votos, elegendo nove dos 19 lugares da assembleia de freguesia. O PS conquistou 30,02% (seis eleitos), o Chega 9,44% (dois eleitos), o movimento Filipe Araújo: Fazer à Porto 5,11% (um eleito) e o Livre 4,47% (um eleito), além de outras cinco forças políticas.  O episódio em Ramalde surge como exemplo das dificuldades que o novo presidente da Câmara poderá enfrentar na gestão da cidade, sobretudo num contexto de maioria relativa e de relações tensas com a oposição.  .Socialista Manuel Pizarro assumiu derrota, confirmando triunfo de Pedro Duarte no Porto