Presidenciais entram na agenda política a um ano das eleições
As presidenciais entram na agenda política, com o anúncio este domingo de Mariana Leitão como candidata da Iniciativa Liberal, a apresentação da candidatura do ex-líder do PSD Marques Mendes na quinta-feira, e a reunião do PS para discutir o tema, no domingo.
A um ano das eleições, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tenciona marcar para 25 de janeiro de 2026, dirigentes do PS têm-se dividido, publicamente, entre o apoio ao antigo secretário-geral socialista António José Seguro, que está a ponderar, e a António Vitorino, ministro de António Guterres e ex-comissário europeu, que ainda não desfez a dúvida se entrará na corrida.
À direita, André Ventura volta a correr com o apoio do seu partido, o Chega, e anuncia a candidatura no dia 18.
Fora do quadro partidário, o almirante Gouveia e Melo continua de férias, depois de deixar de ser chefe do Estado Maior da Armada e nada mais disse sobre se vai concorrer ao Palácio de Belém, cenário que admitiu por diversas vezes nos últimos meses.
Este domingo, Mariana Leitão realçou que a sua candidatura será "diferente de todas as outras". Em declarações aos jornalistas no final do discurso, logo depois de descer do palco, a vice-presidente eleita considerou que nenhum dos nomes que vêm sendo falados como candidatos a Belém "representa de facto o espaço liberal" e que a sua candidatura quer ocupar esse espaço.
Questionada se a existência de vários pré-candidatos do espaço político à direita pode levar a uma dispersão de votos que beneficie um candidato mais à esquerda, a candidata presidencial recusou.
"Não creio. A minha candidatura é uma candidatura pessoal, minha, com este espírito, com esta alegria, com esta motivação, muito diferente de todas as outras", indicou.
Mariana Leitão disse também que a candidatura é para levar até ao fim e que não é pessoa "de desistir".
Depois do anúncio do nome de Mariana Leitão como candidata da IL a Belém, a agenda das próximas presidenciais é retomada na quinta-feira: Luís Marques Mendes, que foi secretário de Estado, ministro com Cavaco Silva e líder do PSD (2007-2007), anuncia a sua candidatura, depois de muitos meses de reflexão e anos de comentário político na SIC.
Será em Fafe, Braga, no auditório da Misericórdia local, com o nome do seu pai, António Marques Mendes, fundador do PSD no distrito e ex-deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu.
No PSD, Hugo Soares, secretário-geral, já afirmou que Mendes que tem "todas as condições para ser um extraordinário" Presidente, elogio que já fizera antes mesmo de o atual conselheiro de Estado ter confirmado a sua vontade de concorrer.
Dois dias depois, no domingo, o PS, que não apoiou formalmente nenhum candidato nas duas eleições anteriores (2016, 2020), reúne a sua comissão nacional para analisar o dossiê.
Carlos César, presidente do PS, afirmou, na segunda-feira, à CNN Portugal, que há duas hipóteses, podendo os dirigentes do PS optar num dos nomes possíveis ou num perfil ou ainda num calendário "para tratar o tema". "Temos condições no dia 08 de fevereiro de tomar uma boa decisão", disse.
Três dias depois, também na CNN Portugal, António José Seguro disse acreditar que "a direção nacional do PS tem claramente um candidato, que é António Vitorino". Apesar da marcação da reunião do partido, Seguro admite anunciar uma decisão "talvez lá para a primavera ou inicio do verão".
O antigo dirigente socialista recebeu no sábado o apoio do antigo ministro e dirigente do PS João Soares, que considerou Seguro está a ser alvo de "uma campanha de 'bullying' político" dentro do partido.
Já Ana Gomes, que foi ela própria candidata a Belém, diz que António Vitorino tem “um passado de advogado lobista” e não quer que o Partido Socialista o apoie.
À esquerda, nem o PCP nem o Bloco de Esquerda, que tem apoiado candidatos próprios em eleições anteriores, disseram o que vão fazer.
* com agência Lusa