A privatização da TAP deverá arrancar em março.
A privatização da TAP deverá arrancar em março.

PCP, Livre e BE juntam-se para requerer a apreciação parlamentar da privatização da TAP

Partidos mais à esquerda do hemiciclo opõem-se a todos os argumentos que sustentam o decreto-lei que estabelece as regras para venda da companhia aérea.
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Os partidos mais à esquerda no Parlamento, PCP, Livre e BE, uniram-se para requerer a uma apreciação parlamentar do Decreto-Lei n.º 92/2025, de 14 de agosto, que aprova o processo da primeira fase da reprivatização do capital social da TAP.

O documento, assinado pelos deputados Paulo Raimundo, Isabel Mendes Lopes, Rui Tavares e Mariana Mortágua, entregue esta quinta-feira, 14 de agosto, na Assembleia da República, contesta a decisão do Governo, argumentando que a privatização surge num momento em que a "TAP está estabilizada, capitalizada, saneada financeiramente, em condições de enfrentar as exigências do futuro".

O requerimento critica a justificação do Governo para a venda da TAP, afirmando que o "principal argumento do Governo [...] é exatamente o mesmo que foi proclamado para justificar a primeira tentativa de privatização com a venda à Swissair em 1998/2000, num processo que quase destruiu a TAP com a falência do comprador".

O documento de apreciação parlamentar defende que a empresa é "um ativo estratégico para a economia nacional, para a soberania e desenvolvimento do país". É destacada a "importância fundamental na coesão territorial", ligando o continente às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, bem como na "ligação às comunidades portuguesas na diáspora, e na relação entre Portugal e múltiplos países, com destaque para países lusófonos".

A oposição à privatização estende-se à justificação do Governo de que a venda é necessária para "recuperar o dinheiro nela colocado pelo Estado". O texto afirma que "é a TAP pública que recupera e remunera esse investimento". O requerimento exige a "clara rejeição desse processo de privatização", que esses partidos consideram "intrinsecamente desastroso".

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