Paulo Raimundo, secretário geral do PCP
Paulo Raimundo, secretário geral do PCPTIAGO PETINGA/LUSA

"Promiscuidade". Debate da moção de censura do PCP será 5ª ou 6ª feira

PCP considera “grave o envolvimento" de Montenegro e de "diversos membros do Governo em factos, que revelam a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e interesses particulares”.
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Comunistas já entregaram nos serviços da Assembleia da República o texto da moção de censura ao Governo, conforma haviam anunciado no sábado à noite, depois de o primeiro-ministro Luís Montenegro ter falado ao país sobre o caso Solverde, de alegadas incompatibilidades.

O PCP considera que “o desenvolvimento da ação do Governo e a sucessão de factos que se acumulam envolvendo membros do governo e o próprio Primeiro-Ministro – sem novos elementos que dissipem ou sanem factos que continuam por esclarecer - não são obra do acaso” e que “traduzem e dão expressão a uma mistura entre exercício de funções públicas e interesses particulares, e à promiscuidade entre poder político e económico”.

“Para lá da gravidade de factos e acontecimentos deploráveis, importa não esquecer a questão essencial: a da política do Governo, que ao invés de resolver os problemas do País, é em si o principal e primeiro problema, e está na origem do agravamento da exploração, das injustiças e da crescente situação de vulnerabilidade dos trabalhadores, das famílias, da juventude e dos reformados e pensionistas”, justifica o PCP.

Na moção entregue este domingo, os comunistas listam as “opções de política económica e social” e de “ataque aos direitos e liberdades democráticas” considerando “grave o envolvimento do primeiro-ministro e diversos membros do Governo em factos, que revelam a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e interesses particulares”.

O PCP acusa o Governo de estar a concretizar “uma política ao serviço dos interesses dos grupos económicos e das multinacionais, que promove o agravamento da exploração, das injustiças e desigualdades e submete os interesses nacionais às imposições da União Europeia”.

“É assim com o prosseguimento do ataque aos direitos e condições de vida dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, das mulheres; com os baixos salários e pensões; com o aumento dos preços de bens e serviços essenciais, nomeadamente dos alimentos e da energia; com o aprofundamento das dificuldades no acesso à saúde; com a falta de recursos materiais e humanos na Escola Pública; ou com as crescentes dificuldades no acesso à habitação”, exemplificam.

No texto apresentado, o PCP manifesta a convicção de que o Governo “não pretende, nem está em condições de responder aos problemas nacionais e que em si é um fator de descredibilização da vida política” e que, por isso, “as opções políticas prosseguidas e o Governo que as concretiza merecem e requerem uma clara censura”.

Ao DN, fonte parlamentar do PCP estima que o debate deverá acontecer na quinta ou sexta-feira dado que na terça-feira há tolerância de ponto para os funcionários públicos.

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