A centrista Ana Pedro foi a única eleita portuguesa do Partido Popular Europeu (PPE) a votar contra uma resolução sobre o conflito israelo-palestiniano, aprovada nesta quinta-feira pelo Parlamento Europeu, que condena o bloqueio de ajuda humanitária a Gaza, estipula que o direito à autodefesa não justifica ações militares indiscriminadas e recomenda os Estados-membros da União Europeia a ponderarem o reconhecimento do Estado da Palestina. A resolução contou com 305 votos favoráveis, incluindo os dos eurodeputados do PS e da Iniciativa Liberal - cujas famílias políticas apresentaram a proposta, em conjunto com os Verdes -, mas também do PSD, incluindo Sebastião Bugalho, Paulo Cunha e Lídia Pereira. Principal grupo em Estrasburgo, o PPE dividiu-se quanto à questão, com 82 eurodeputados a favor, 56 contra e seis abstenções, contribuindo para a aprovação final, com 305 votos a favor, 151 votos contra e 122 abstenções.Ana Pedro realçou ao DN que votou favoravelmente muitas emendas da resolução, "designadamente todas as que apelavam ao aumento da ajuda humanitária e proteção de civis". No entanto, optou por votar contra o texto final, por este ignorar o que considera ser a responsabilidade central do Hamas, "não apenas nos ataques terroristas que desencadearam esta guerra, mas também no bloqueio e instrumentalização da própria ajuda humanitária".Com o PPE "muito dividido", os eleitos do PSD juntaram-se aos socialistas, incluindo Marta Temido, Ana Catarina Mendes e Bruno Gonçalves, e aos liberais João Cotrim de Figueiredo e Ana Vasconcelos. Ao lado de Ana Pedro, numa votação em que não participaram alguns dos eleitos portugueses, votou contra o eurodeputado do Chega Tiago Moreira de Sá.