Novo governo será de continuidade, mas com algumas surpresas
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá hoje voltar a indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro, após receber, mais uma vez, a AD, o PS e o Chega. De acordo com as fontes ouvidas pelo DN, o XXV Governo constitucional deverá ser de continuidade, com poucas saídas e uma ou duas surpresas. Mas deverá haver mudanças a nível de orgânica e na estrutura do Governo, aprendendo com as lições daquilo que correu mal no último ano.
A decisão final em relação à composição do novo Executivo será sempre de Luís Montenegro e as fontes ouvidas pelo DN aconselham a muita prudência nas previsões, porque o primeiro-ministro é proverbialmente reservado e solitário nas suas decisões (“nesta matéria é parecido com Cavaco e pode mudar até ao último instante”), mas podemos antecipar os cenários prováveis para algumas das principais pastas, com base em informações obtidas junto de várias fontes próximas do processo, que pediram para não ser identificadas.
Comecemos pelas prováveis saídas. As ministras da Administração Interna e da Cultura, Margarida Blasco e Dalila Rodrigues, poderão não continuar. Já Pedro Duarte, atual ministro dos Assuntos Parlamentares, está de saída para ser o candidato da AD à Câmara Municipal do Porto, nas eleições autárquicas deste ano.
Do lado da continuidade temos António Leitão Amaro. O ministro da Presidência chegou a ser falado como hipótese tanto para o Ministério da Administração Interna como para os Assuntos Parlamentares, mas as fontes ouvidas pelo DN avançam que deverá continuar na pasta atual, onde tem em mãos a coordenação política do Governo e dossiês como a imigração.
Outros nomes que deverão continuar no Executivo, segundo as fontes ouvidas pelo DN, são Nuno Melo (Defesa), Paulo Rangel (Negócios Estrangeiros), Joaquim Miranda Sarmento (Finanças), Pedro Reis (Economia), Miguel Pinto Luz (Infraestruturas e Habitação), Ana Paula Martins (Saúde), Rita Júdice (Justiça), Fernando Alexandre (Educação) e Manuel Castro Almeida (Adjunto e da Coesão Territorial), embora a orgânica do Governo possa mudar, com algumas pastas a adquiram uma nova configuração ou os seus titulares a protagonizarem uma dança de cadeiras.
A principal incógnita, para além das eventuais mudanças no MAI e na Cultura, será a pasta dos Assuntos Parlamentares, com o nome de Hugo Soares, atual líder da bancada da AD, a ser avançado por algumas fontes como potencial ministro. Porém, outras fontes consideram pouco provável a passagem para o Governo do homem forte do PSD na Assembleia, numa altura em que o partido enfrenta um Chega reforçado e em que a sobrevivência política do Executivo minoritário da AD vai decidir-se na arena parlamentar. O nome de Teresa Morais, vice-presidente da Assembleia da República, é avançado como uma forte alternativa para o Ministério dos Assuntos Parlamentares.
Entre os secretários de Estado são esperadas várias mudanças. O nome de Rui Armindo Freitas, atual secretário de Estado Adjunto da Presidência, é tido como um dos que mais provavelmente poderão assumir um ministério, não sendo ainda claro qual será.
Até ao fecho, não foi possível obter comentários dos atuais e potenciais governantes visados neste artigo.