Fernando Medina “não” é candidato a secretário-geral. Foi esta a resposta dada ao DN. O ex-ministro de Costa, que foi apoiante de José Luís Carneiro, juntamente com, por exemplo, Augusto Santos Silva, Vieira da Silva e Basílio Horta, nas eleições internas do PS a 16 de dezembro de 2023, defende que o PS “não deve inviabilizar a entrada em funções do atual Governo”. E, para isso, é suficiente que a AD combata “a progressão da extrema-direita”, que a IL não esteja “dentro do espaço da governação” e que haja “um diálogo ativo, permanente e empenhado”, com o PS. No comício na Aula Magna, o ex-ministro da Finanças, que não integrou as listas de deputados, tinha alertado que havia quem achasse que AD “merecia capital de crédito” e quem quisesse “engrossar as fileiras do protesto”.A AD ganhou as eleições e o Chega pode, após a contagem dos votos nos círculos da Europa e Fora de Europa, ser a segunda força política colocando o PS numa posição onde nunca esteve: ser terceiro.Mariana Vieira da Silva, que já disse ser “incompatível” uma “reflexão profunda e querer ter nova liderança depois de amanhã”, questionada pelo DN sobre se é candidata à liderança do partido diz “não” ter “nenhuma resposta a dar sobre esse tema”. O “não”-esclarecimento está, apurou o DN, relacionado com a “vontade” e as “pressões” de dirigentes socialistas que querem que José Luís Carneiro tenha “um adversário com peso político”.A ex-ministra, que faz parte da direção de Pedro Nuno Santos - tal como Mendonça Mendes, Duarte Cordeiro, Isabel Moreira, Isilda Gomes, João Paulo Rebelo, João Torres, Marcos Perestrello, Marina Gonçalves, Pedro Delgado Alves e Alexandra Leitão - somente garante que "está disponível para ajudar o PS na reflexão".Alexandra Leitão, que não está na corrida por ter “o foco na cidade de Lisboa e nas eleições autárquicas”, e por serem estas eleições “fundamentais para o PS”, reserva as análises sobre “calendários e outros cenários internos” para sábado, porque há “alguns aspetos que ainda não estão definidos, mas espero que até à Comissão Nacional ou fiquem definidos, ou sejam definidos na Comissão Nacional”.Por esclarecer está a dúvida que na tarde de ontem foi abordada, “sem certezas”, por dirigentes do PS: a saída de Pedro Nuno Santos do Parlamento. Ao DN, fonte próxima do ainda secretário-geral somente referiu não ter “qualquer indicação sobre esse tema”.Fontes parlamentares, ao DN, manifestaram a “convicção” de que, dada a “tragédia”, o “expectável” é que “não tome posse como deputado” e “dê espaço à renovação e reconstrução” do partido como “deve”.Divisões no tempo“O mais rapidamente possível”, defendido por José Luís Carneiro, apurou o DN, é “garantir”, e “para já”, o “mais importante”: a eleição do secretário-geral do PS.A sucessão “rápida”, e em junho, permite que “a nova liderança possa interagir com o Presidente da República, escolher a direção da bancada parlamentar e apoiar a constituição da Mesa da Assembleia da República”.O congresso deve ficar “para depois das autárquicas”, a 28 de setembro ou 5 de outubro, evitando-se “já” um “vazio” e colocando “as nossas forças no apoio aos que, em nome dos valores do PS, serão candidatos às próximas eleições autárquicas”.Contrariando as vozes no PS que, como António Mendonça Mendes, parafraseiam o “qual é a pressa?” de Seguro, argumentando que o “PS deve fazer uma reflexão conjunta e não deve ter nenhuma precipitação em relação a decisões para o futuro”, Carlos César, asseguram ao DN fontes do partido, defende também o “mais rapidamente possível”.“Adiar é prolongar esta agonia histórica”, refere ao DN fonte socialista.Na convocatória do presidente do PS, enviada na madrugada de segunda-feira, logo após o “se puder ser já” [a saída da liderança] de Pedro Nuno Santos, está já incluída “a aprovação de calendários e regulamentos eleitorais” e, claro, a “análise da situação política face aos resultados eleitorais do passado dia 18 de maio”.A questão dos “calendários” e da “análise da situação política” centra-se no debate e aprovação do Programa do Governo, nas eleições autárquicas [a 28 de setembro ou 5 de outubro] e, semanas depois, o debate e votação do próximo OE2026.José Luís Carneiro já disse que “importa ao país que o PS contribua para a estabilidade política e para o impulso reformista necessário” sendo, por isso, necessário “ser firme na defesa da pluralidade e da convivência pacífica entre todos, independentemente das suas convicções”..PS deve viabilizar Governo se Montenegro quiser "combater a progressão da extrema-direita", diz Medina .Mariana Vieira da Silva disponível para ajudar PS em “caminho de união” e sem pressa