Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda.
Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda.FOTO: FILIPE AMORIM/LUSA

Mortágua diz que investimento de Montenegro e Von der Leyen "em bombas" deixa "povo da Europa abandonado”

A líder do Bloco de Esquerda critica a “alucinação coletiva em que os líderes europeus embarcaram” quando dizem que “a guerra é inevitável”.
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Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, acusou o primeiro-ministro Luís Montenegro e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de "terem trocado o investimento em sustentabilidade, o investimento numa economia verde, o investimento numa transição climática, pelo investimento em bombas".

No encerramento do “Encontro Ecossocialista”, em Almada, a líder do BE acrescentou que essa decisão conduziu ao "abandono do povo da Europa às verdadeiras ameaças”.

Mortágua criticou a “deriva militarista” internacional e a “alucinação coletiva em que os líderes europeus embarcaram” quando dizem que “a guerra é inevitável”.

A líder bloquista assume-se frontalmente contra o investimento na defesa dos países europeus e, sobretudo, o facto de ser encarada como uma forma de fomentar a economia. "Não precisamos da indústria da Defesa para ter atividade económica, investigação, criação científica, criação industrial e emprego. Precisamos de investimento, mas Bruxelas e o Governo português têm uma visão sempre meio distorcida. Porque para a direita, para Bruxelas, para o Governo, a saúde, a educação, os cuidados, a transição climática são sempre, sempre despesas. Mas a Defesa já é investimento”, sublinhou.

Mariana Mortágua aproveitou ainda para responder às declarações do primeiro-ministro Luís Montenegro, na véspera em Vila Real, quando disse que era o “mais escrutinado de sempre”.

“Há um problema, que é termos um primeiro-ministro que acha que a transparência é um favor que se faz ao país e à democracia. E que acha que ser escrutinado é um sacrifício a que o próprio primeiro-ministro se presta perante a comunicação social, o parlamento e o país. Só isso indica que não foi feito para ser primeiro-ministro”, garantiu, lembrando que "o primeiro-ministro tem de ser escrutinado e o Governo também, mesmo estando em gestão”.

Abordado já a campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio, Mariana Mortágua deu algumas pistas sobre o que irá propor aos portugueses. "Deixo aqui ao que vem o Bloco de Esquerda: connosco não há mais dinheiro para armamento. Connosco o dinheiro das casas não vai para bombas. O dinheiro dos hospitais não vai para bombas. Porque as pessoas têm que ser salvas de viverem ao relento. Têm que ser salvas das alterações climáticas", garantiu, acrescentando que “gastar mais em armas não trará paz”.

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