Habitação. Promessa de novos bairros e de trazer jovens aos antigosO candidato à reeleição já tinha prometido “o maior e mais ambicioso projeto de Lisboa”, com a construção de casas, equipamentos urbanos e espaços verdes no Vale de Santo António, no Vale de Chelas, na Quinta do Ferro e no Casal do Pinto, e o programa eleitoral da sua coligação aponta como prioridade para o futuro da cidade a criação de novos bairros. Tal missão, que ficou subentendido estar destinada ao candidato a vereador Vasco Moreira Rato, implica 2400 casas no Vale de Santo António e mais de um milhar em diferentes partes do Vale do Chelas. “Imaginem Lisboa com uma nova cidade dentro da cidade, entre estes dois vales”, desafiou Moedas, na apresentação do programa, sobre a solução que preconiza para o crescimento de uma cidade “limitada pelo rio e pelos nossos vizinhos”. Por outro lado, promete fazer face à descaracterização de diversas zonas da cidade e às dificuldades em encontrar casa através do programa De Volta ao Bairro, com que pretende garantir habitação acessível para jovens em bairros históricos. Nesse sentido, foram identificadas 710 casas que são propriedade municipal, situadas em bairros como Alfama, Bica e Mouraria, que serão remodeladas com essa finalidade. Associado ao aumento do número de casas disponíveis e à existência de novos bairros, a coligação de centro-direita também se compromete com a construção de equipamentos para a população. Prevê-se que o “Estado Social Local”, muitas vezes enunciado por Carlos Moedas, passe a contar com mais três centros de saúde, cinco escolas e quatro creches.Segurança. Reforço de policiamento O presidente da Câmara de Lisboa tem optado por um registo de “sim, mas” quando se refere à capital como uma cidade segura. Assim voltou a fazer na apresentação do programa eleitoral da coligação Por Ti, Lisboa, dizendo que não é segura “em todos os aspetos”. A propósito, realçou um acréscimo de 17% na violência sexual, com particular incidência nas zonas da Baixa e de Arroios. Para enfrentar esse problema, Moedas defende um reforço no policiamento, tendo aproveitado a presença de três ministros (António Leitão Amaro, Joaquim Miranda Sarmento e Miguel Pinto Luz) para dizer que Lisboa necessita de mais uma centena de elementos na Polícia Municipal - além de outro tipo de estatuto, tendo insistido que “queremos que possam prender um ladrão e levá-lo para a esquadra” -, tal como mais 500 agentes da PSP nas esquadras da capital. Quanto à videosegurança, pelo seu contributo para dissuadir que crimes venham a ser cometidos, apontou a meta de haver 217 câmaras a funcionar no final do segundo mandato que espera obter dos lisboetas, estabelecendo diferenças em relação aos antecessores: “Em quatro anos fizemos o dobro do que o PS tinha feito em 14.”Também ligado à segurança, e às preocupações de eleitores que estarão a ser disputados pela coligação formada pelo PSD, CDS e Iniciativa Liberal ao Chega, o programa eleitoral prevê maior fiscalização do comércio ilegal, que não será alheia às notícias que apontam para a existência de lojas de fachada, que na realidade servem de dormitórios para dezenas de imigrantes.Turismo e Economia. Foco na inovação e baixa de impostosA Fábrica de Unicórnios foi um dos projetos mais emblemáticos do primeiro mandato do presidente da Câmara de Lisboa, que não resiste a sublinhar o número de vezes em que o ouviu ser ridicularizado, ao que responde com a criação de 16 mil empregos “bem pagos” para lisboetas. No programa eleitoral para as autárquicas de 2025, Moedas estabelece a meta de atingir 30 mil empregos decorrentes da aposta na atração de grandes empresas tecnológicas à “capital da inovação na Europa”. Por outro lado, o autarca, que gosta de dizer que “não é o Estado que cria empregos, mas sim as empresas”, assume-se como o único candidato à Câmara de Lisboa comprometido com a devolução aos munícipes dos 5% de IRS que são atribuídos à autarquia. “Estou sempre do lado daqueles que querem diminuir os impostos”, disse na apresentação do programa eleitoral, onde também esteve o candidato presidencial e eurodeputado João Cotrim de Figueiredo, no que descreveu como o seu “lado liberal”. Talvez por isso, critica o facto de a Câmara de Lisboa ter 476 taxas municipais diferentes, levando a que “para ir buscar um documento seja preciso pagar seis”, comprometendo-se a “diminuir pelo menos para metade” esse número se for reeleito. No turismo, e em particular no alojamento local, impera o silêncio e a noção de que não se trata de um tema prioritário. Mobilidade. Alternativas à entrada de automóveis e preocupação ambientalA Coligação Por Ti, Lisboa tem duas das 15 medidas principais do programa eleitoral dedicadas ao tema da mobilidade, sendo que uma delas abrange dois projetos destinados a dissuadir a entrada dos automóveis de quem vive nos concelhos vizinhos e trabalha ou estuda na capital (e vice-versa): o Metrobus entre Lisboa e Oeiras, município onde Carlos Moedas foi recrutar a vereadora Joana Baptista (a quem destina missões como “devolver brilho” a espaços verdes, a começar por Monsanto) para as suas listas, e o Elétrico 16, que ligará Lisboa a Loures. Na dimensão da transição energética e das preocupações ambientais, reforça-se o compromisso com a transformação da frota da Carris, assegurando-se que todas as viaturas da empresa municipal, que está a marcar o final deste mandato, devido ao acidente que matou 16 pessoas no Elevador da Glória, terão zero emissões de gases poluentes até 2030. Sem dizer diretamente respeito à mobilidade, mas com impacto ambiental, Carlos Moedas, que tem apontado o plano de drenagem da cidade como a grande obra do seu mandato, também destaca a reformulação do Parque Tejo, transformado em Parque Papa Francisco, e a criação do Parque de Carnide, como exemplos dos “espaços verdes que fazem a cidade brilhar”, com 50 mil árvores plantadas ao longo dos últimos quatro anos e promessas de que mais venham a sê-lo caso seja reeleito, pois “14 anos de estagnação em Lisboa não se mudam em quatro”.Outras prioridades do programa de quem promete continuar a “apostar na cultura de Lisboa, que protege a nossa identidade”, envolvem fazer da cidade capital europeia da arte contemporânea e ver a Baixa Pombalina reconhecida como Património Mundial da UNESCO..Alexandra Leitão promete 4500 novos fogos habitacionais municipais: as medidas para Lisboa.Programa de Moedas prevê milhares de casas, centenas de polícias e lixo recolhido seis vezes por semana