Miguel Prata Roque afasta candidatura à liderança do PS
O professor universitário e comentador televisivo Miguel Prata Roque anunciou nesta sexta-feira que não se irá candidatar a secretário-geral do PS. As eleições internas para a sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu após a derrota eleitoral de 18 de maio, deverão assim ser disputadas apenas por José Luís Carneiro.
Num comunicado, Miguel Prata Roque justificou a decisão por a eleição para secretário-geral do PS, que vai decorrer a 27 e 28 de junho, não implicar "um debate profundo, plural e clarificador sobre a estratégia futura a adotar" pelos socialistas.
Entre as propostas do movimento Semear Esperança, liderado pelo antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, está a criação de um Laboratório de Inovação Governativa, com especialistas e figuras da sociedade civil, à qual cabe elaborar uma Agenda do Futuro que permita ao PS voltar a governar Portugal em 2029, e a realização de uma Cimeira do Futuro em que esta seria discutida.
Também se defende a abertura do PS à participação de independentes e às experiências sociais e empresariais mais inovadoras, com um período de apresentação de propostas de não filiadas no partido para inclusão no Programa do Governo, bem como de apresentação de propostas a incluir nas iniciativas socialistas para o Orçamento do Estado. Ou a participação de não militantes em reuniões públicas dos órgãos nacionais do partido.
Numa reunião com José Luís Carneiro, Prata Roque também defendeu a realização de eleições primárias para secretário-geral em 2027, para a escolha de um terço dos candidatos às próximas eleições legislativas e dos candidatos às autárquicas de 2029. Além disso, o movimento Semear Esperança propõe criar mecanismos de voto eletrónico e de debate à distância, e o estabelecimento de um sistema de portas abertas que preveja um horário de atendimento de autarcas e deputados aos eleitores.
Prata Roque recordou ainda que, além das eleições diretas de 27 e 28 de junho se limitarem a escolher alguém para completar o mandato de Pedro Nuno Santos, que termina em janeiro de 2026, a Comissão Nacional do PS não marcou a eleição de delegados ao Congresso e o próprio Congresso, destinado a discutir a moção política global e eleger os órgãos nacionais do partido.