Nuno Melo e Isabel Mendes Lopes.
Nuno Melo e Isabel Mendes Lopes.

"Marte", "drones", os ausentes e a certeza da NATO depois da ambiguidade: eis o debate AD-Livre

O que Rui Tavares recusou dizer, de forma clara, em 25 minutos de debate com André Ventura, foi dito em menos de 4 minutos por Isabel Mendes Lopes no frente-a-frente com Nuno Melo.
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A frase surgiu em menos de 4 minutos: “O Livre não quer acabar com a NATO, nem quer que Portugal saia da NATO”, garantiu Isabel Mendes Lopes.

No debate de terça-feira, após as constantes insistências de Ventura, Rui Tavares apenas defendeu “a construção de uma comunidade europeia para a defesa” e que “a grande questão da Aliança, hoje em dia, é se os EUA saem da NATO”.

O líder do Chega sublinhou logo de imediato “a irresponsabilidade de Rui Tavares de dizer que devemos sair da NATO, prescindir dos EUA”.

Esta sexta-feira, à segunda insistência de Nuno Melo - “O melhor que o Livre tem para dizer é que tem de se acabar com a NATO” -, Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, foi peremptória na resposta e até defendeu, para além de uma “comunidade europeia de defesa”, que haja investimento das Forças Armadas, na “dignificação” e na indústria de Defesa não ligada ao “armamento”. Os “sensores” e “drones” foram exemplos que apontou – investimento que Nuno Melo, no último caso, disse estar já a ser feito.

“O que teoriza está a ser feito, só que não sabe”, acrescentou o líder do CDS e ministro da Defesa.

Minutos antes, Isabel Mendes Lopes tinha acrescentado que a “Europa precisa de ganhar escala militar para efeitos de dissuasão” reforçando a ideia da “comunidade europeia de defesa”.

Os dois minutos iniciais do debate foram usados para falar dos ausentes Luís Montenegro e Rui Tavares – e do historial de cada um dos partidos.

Nuno Melo apontou um “deslumbramento” a Tavares dizendo que “não lhe cairiam os parentes na lama se debatesse com o CDS”.

Isabel Mendes Lopes retorquiu acusando Luís Montenegro de “deturpar as regras” sem “justificar” porque recusou debater com Rui Tavares.

Depois a conversa chegou a “Marte”. Melo convidou o ausente Tavares a “despir o fatinho de esquerdista e historiador” lembrando o papel dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e colou “o viver em Marte” a dois dos argumentos do Livre: “confundir”, nas palavras de Melo, um país com uma “administração transitória” [a de Trump] e não saberem “fazer contas” aos custos de ter uma defesa europeia sem os Estados Unidos.

E “Marte” regressou. “Um Governo que vive em Marte”, acusou a líder parlamentar do Livre.

A ideia do Serviço Militar Obrigatório foi descartada por ambos. Isabel Mendes Lopes falou na necessidade de “reforçar as Forças Armadas e reforçar a Comunidade Europeia de Defesa”. Nuno Melo apontou a “profissionalização” das Forças Armadas.

No tema seguinte, a habitação, as propostas de “mil milhões de euros” e das “600 mil casas” foram desvalorizas por Melo que apresentou um argumento: “Se não tivesse feito cair o Governo e tivesse deixado o Governo governar, teríamos resolvido esse problema” – acusação em que colou o Livre ao Chega.

“Este Governo reforçou o PRR, mais do que duplicou a meta da Habitação pública, e a meta é de 130 mil casas para a legislatura. Vamos cumprir como temos cumprido sempre”, afirmou Melo. os cumprido tudo”

Os 100 milhões “não usados” do Fundo de Emergência para a Habitação foram recordados por Isabel Mendes Lopes que acusou o Governo de “nada ter feito para resolver” o problema, sublinhando a “importância da habitação pública” como “essencial” para “evitar a especulação”.

E aqui deu o exemplo de “bebés que ficam retidos nas maternidades porque as mães não têm casa para viver”.

“Se não tivessem feito cair o Governo, em conluio com o Chega, tinham os 100 milhões de euros”, respondeu Melo. E insistiu: “Deram a mão ao Chega. O Livre viabilizou dois terços das propostas do Chega”.

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