O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou esta terça-feira, 21 de outubro, a morte de Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro e um dos fundadores do PSD, dizendo que "Portugal perdeu uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos" em várias áreas: "Na política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa." Por sua vez, o primeiro-ministro Luís Montenegro manifestou o seu pesar pelo desaparecimento do militante número 1 do PSD, anunciando que o Governo pretende decretar um dia de luto nacional para a data do funeral de Francisco Pinto Balsemão.Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo destaca Pinto Balsemão como "visionário, pioneiro, criativo, determinado, batalhador, democrata, social-democrata, europeísta e atlantista", que "esteve em quase todos os combates de meados dos anos sessenta até hoje".Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo destacou que na política, foi "Deputado da Ala Liberal, e, nela, coautor dos projetos de revisão constitucional, lei de imprensa, lei de reunião e associação e lei de liberdade religiosas, para mudar o Portugal do final de sessenta e início de setenta".O Presidente da República lembrou ainda que após o 25 de Abril foi "fundador do PPD, hoje PSD, Vice-Presidente da Assembleia Constituinte, Parlamentar, Governante, Presidente do Partido e Primeiro-Ministro, durante a revisão constitucional que pôs termo ao Conselho da Revolução, com a transição para a Democracia plena, longevidade, Conselheiro de Estado"."Desde os anos 70 do século passado até ao novo século, dos políticos portugueses com efetiva projeção externa, em particular na Europa e nos EUA", acrescentou o Presidente, sublinhando que na sociedade integrou e liderou "causas, movimentos de opinião e instituições europeístas, euroafricanas e latino-americanas e transatlânticas"."Na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa, militando contra a censura e o exame prévio, fundando o Expresso antes do 25 de Abril, criando um novo grande grupo de comunicação social, elaborando a primeira lei de imprensa democrática, integrando o Conselho de Imprensa, lançando a SIC, revolucionando o que era a informação no final da ditadura e no início da Democracia", destacou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.Montenegro lembra que "foi sempre um lutador"Luís Montenegro, que interrompeu o Conselho Nacional do PSD assim que se soube da notícia da morte de Pinto Balsemão, revelou que assim que recebeu a notícia comunicou aos restantes membros dessa reunião partidária."Foi com muita consternação que recebi em primeira mão a notícia e transmiti ao Conselho Nacional do PSD. Naturalmente, prestámos já uma profunda, justa, calorosa, homenagem àquele que é o símbolo da nossa formação, dos nossos valores e instrumento de intervenção no nosso país", começou por dizer, lembrando que "tal como Magalhães Mota e Sá Carneiro, patrocinaram e fomentaram o ato de Constituição do PPD, ex-PSD, estruturando a sua matriz ideológica e afirmando os seus princípios programáticos e valores que ainda hoje nos inspiram e alimentam". O líder do PSD sublinhou ainda que estes valores estiveram presentes nas recentes eleições autárquicas. "Fomos sempre muito inspirados nesse ato fundador e é de facto uma notícia muito triste, de alguém que foi sempre muito próximo e presente, até ao fim. Sempre com uma palavra amiga, de estímulo, apreciação e análise que em todas as campanhas eleitorais, todos os momentos de reflexão, nunca escondeu os seus pontos de vista e muitas vezes nos espicaçava para aprofundarmos a social-democracia à luz daquela que é a situação hoje do país, da Europa e do mundo."A finalizar, Montenegro disse que Balsemão "foi sempre um lutador e conseguiu debelar muitos momentos de fragilidade". "Desta vez, encontrou-se com esta partida e nós estamos com a família dele e com o percurso", concluiu.Aguiar-Branco: "Impressionou o país com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação"José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, expressou uma "profunda consternação" pela morte de Francisco Pinto Balsemão, numa nota publicada no site da oficial da Assembleia da República, lembrando que "viveu uma vida longa e frutuosa, que se confunde com a própria História da democracia portuguesa".Depois de recordar o percurso do antigo primeiro-ministro, Aguiar-Branco sublinha que "Francisco Pinto Balsemão impressionou o país com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação". "A democracia, o Parlamento e o país prestam-lhe tributo e agradecem a sua vida de serviço público", finalizou.