O secretário-geral do PS acusou esta terça-feira, 26 de agosto, o Governo de levar à “decapitação de várias estruturas intermédias” da Autoridade Nacional de Proteção Civil.“Se eu fosse primeiro-ministro, não teria autorizado as alterações que foram feitas na Autoridade Nacional de Proteção Civil, que levaram à decapitação de várias estruturas intermédias”, afirmou José Luís Carneiro, que respondia a perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa na Lousã, iniciativa integrada na rota que está a fazer pela Estrada Nacional 2 (EN2).Para o líder socialista, “só um partido com falta de sentido de Estado faria aquilo que foi feito na decapitação de estruturas intermédias na Autoridade Nacional de Proteção Civil”.Sobre as respostas e medidas apresentadas pelo Governo, José Luís Carneiro entendeu que, antes de serem anunciados novos programas ou projetos, o Governo deveria avaliar programas e reformas anteriores, nomeadamente aquelas feitas pelo PS após os grandes incêndios de 2017.Segundo o secretário-geral do PS, foi feito “um trabalho sério, rigoroso e metódico” por parte dos governos liderados pelo PS, considerando inaceitável que o atual Governo chefiado por Luís Montenegro esteja a empacotar e a “pôr de lado” esse trabalho, “sem um diálogo prévio”.“O Governo não pode passar sobre estes assuntos como gato sobre brasas. Tem que, efetivamente, responder às perguntas que estão a ser feitas e mostrar que está a servir o país, porque essa é a primeira obrigação que o Governo tem relativamente às portuguesas e aos portugueses”, vincou.Durante a conferência de imprensa, o líder socialista fez alusão aos vários programas e medidas avançados pelo PS no passado dirigidos à valorização do interior e ao combate e prevenção de incêndios, considerando que seria necessária uma avaliação do que foi feito e um ponto de situação da execução das diferentes iniciativas, várias delas financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).“O Governo propõe um novo Pacto para a Floresta, mas para nós, independentemente da avaliação desse Pacto, que será feito no momento oportuno, há um ponto de partida. E o ponto de partida é o Governo explicar ao principal partido da oposição o que é que fez com as opções de política, que foram objeto de um rigoroso planeamento, que foram objeto de avaliação, de estimativas de investimento, que foram objeto de decisões de investimento público e há que exigir uma prestação de contas em relação à execução dessas prioridades de desenvolvimento para o nosso país”, sublinhou.No percurso que tem feito pela rota da EN2, que atravessa o interior do país, de norte a sul, José Luís Carneiro contou que as populações sentem-se “desconsideradas pelo primeiro-ministro”..Incêndios. Carneiro acusa Governo de falta de sentido de Estado e de não ter "coragem política".Líder do PS quer criar contratos territoriais de desenvolvimento