Livre insiste em debater com Montenegro e não confirma Rui Tavares no frente a frente com Nuno Melo
É uma exigência que já tinha sido anunciada e que o Livre reiterou esta sexta-feira: Luís Montenegro é o candidato da AD a primeiro-ministro, é com ele que o partido quer debater e não com Nuno Melo.
A garantia foi deixada numa conferência de imprensa de balanço da legislatura. Em resposta ao DN, Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, não confirmou que o partido vá enviar Rui Tavares ao debate com Nuno Melo, agendado para dia 11 de abril, sexta-feira.
"O candidato do Livre a primeiro-ministro, salvo seja, é o Rui Tavares. E é com ele que Montenegro deve debater. A proposta de debate com Nuno Melo é batota. Por isso, a bola está do lado da AD. Se não recuar, logo se verá qual é a decisão do Livre", afirmou a deputada, ladeada pelo restante grupo parlamentar. Significa isto que o partido poderá não aparecer no debate ou enviar outro nome? A pergunta ficou sem resposta.
"Se o PS quiser governar, é do seu interesse que o Livre cresça"
Na legislatura que agora termina, o Livre apresentou 187 iniciativas legislativas. Segundo o balanço do partido, houve 68 projetos de lei (10 aprovados, 32 rejeitados, 24 caducados devido ao fim da legislatura, 1 prejudicado e 1 retirado), em várias áreas.
Ainda assim, admitiu Isabel Mendes Lopes, os projetos rejeitados vão voltar à Assembleia da República. Até porque a intenção do Livre é reforçar o seu grupo parlamentar, atualmente com quatro deputados.
Mas Rui Tavares, co-porta-voz do partido, não estabelece uma meta de votos para já, apesar da convicção de que, a 18 de maio, o Livre irá crescer. Esse crescimento, disse o deputado, é até "do interesse" para o PS, se os socialistas quiserem vir a ser Governo, caso o cenário pós-eleitoral assim o permita. "Num quadro em que o PS dispute votos ao centro com o PSD, quererá que o Livre cresça, para poder haver uma esquerda mais forte, mais ecologista e progressista no Parlamento. Se for o caso, não vejo outra hipótese para o senhor Presidente da República a não ser indigitar esse Governo", frisou Rui Tavares.
As sondagens indicam, no entanto, que a AD possa vir a ser a coligação mais votada - à semelhança do que aconteceu há um ano. Mas Rui Tavares desvaloriza: "Se à direita o 'não é não' [ao Chega] é mesmo assim, PSD e IL juntos não conseguirão uma maioria e a esquerda toda junta poderá vir a ter mais votos."