Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira
Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira

Lista do PSD às eleições regionais na Madeira tem três arguidos entre os primeiros 24 candidatos

Além do cabeça de lista Miguel Albuquerque, atual presidente do Governo Regional, José Prada e Carlos Teles também estão a contas com a justiça.
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O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, também presidente do Governo Regional, é o cabeça de lista social-democrata às eleições regionais antecipadas de 23 de março, anunciou esta quarta-feira o partido, sendo que a lista inclui três candidatos que são arguidos.

"A comissão política aprovou hoje, por unanimidade, a sua lista de candidatos, uma lista que engloba e mobiliza os 11 concelhos da região e que é, no entender desta comissão política, aquela que melhor representa e defenderá, no quadro da Assembleia Legislativa Regional, os interesses e direitos de todos os madeirenses", afirmou o secretário-geral do PSD/Madeira.

José Prada, que é o número dois da lista, falava após a reunião da comissão política do PSD/Madeira, que decorreu na sede do partido, no Funchal.

Entre os primeiros 24 candidatos social-democratas, três são arguidos em processos que investigam suspeitas de corrupção na Madeira, nomeadamente Miguel Albuquerque, constituído arguido em janeiro de 2024.

José Prada e Carlos Teles, atual presidente da Câmara Municipal da Calheta e número nove da lista, também foram constituídos arguidos, em setembro de 2024, no âmbito da operação AB INITIO.

"Nesta lista, o candidato a presidente do Governo [Regional] é o Dr. Miguel Albuquerque e os restantes são candidatos a deputados", esclareceu o secretário-geral, após ter nomeado os 30 primeiros nomes, entre os quais constam os presidentes das câmaras municipais de Câmara de Lobos, Leonel Silva (12.º), da Ribeira Brava, Ricardo Nascimento (14.º), e de São Vicente, José António Garcês (17.º).

Ricardo Nascimento e José António Garcês, bem como o autarca da Calheta, Carlos Teles, atingiram o limite máximo de três mandatos à frente dos respetivos municípios, pelo que estão impedidos de se recandidatar nas eleições autárquicas deste ano.

A lista do PSD/Madeira inclui nos 30 primeiros lugares representantes de todas as estruturas do partido, designadamente a Juventude Social-Democrata, Trabalhadores Social-Democratas, núcleo de emigrantes e Autarcas Social-Democratas, e respeita o princípio da paridade, com 11 mulheres.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.

A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a decisão de dissolver o parlamento madeirense e convocar novas eleições regionais antecipadas em 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.

O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os social-democratas, um da IL e um do PAN.

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