Liberais sobem para nove no Parlamento e afastam coligação

Foi só perto das 22h00 que o clima mudou no Palácio de Xabregas, onde foi montado o quartel-general liberal. Com 93% dos votos apurados veio a primeira vitória da Iniciativa Liberal (IL), com a eleição do líder Rui Rocha, pelo Círculo Eleitoral de Braga.

Até por volta das 23h40, o número de deputados eleitos só veio a crescer, o que confirmou a subida no número de cadeiras: nove deputados no total. Além de Rui Rocha por Braga, foram reeleitos Carlos Guimarães Pinto, cabeça de lista do Porto, Mariana Leitão, uma voz ativa nesta última campanha e cabeça de lista por Lisboa, Mário Amorim Lopes, o líder em Aveiro, e Joana Cordeiro pelo Círculo de Setúbal. Entre os novatos no Parlamento estão Miguel Rangel, secretário do partido, Angélique Inês da Teresa, vice-presidente da IL, e Jorge Teixeira, que trabalhava como assessor parlamentar.

O partido cresceu cerca de 30.000 votos na comparação com as eleições de 2024 e consolida a posição em Lisboa, círculo eleitoral onde elegeu o maior número de deputados, com quatro no total.

“Não foi possível crescer mais, eu assumo esse ponto, mas fizemos tudo o que pudemos. E há uma coisa que eu vos quero dizer. Olhando para trás, olhando para esta legislatura, olhando para a forma como a legislatura terminou, olhando para a campanha que fizemos, eu não teria feito nada diferente”, começou por dizer no discurso o líder Rui Rocha, entre os gritos de “liberal, liberal” que os apoiantes iam atirando.

“Estivemos à altura das circunstâncias, quando outros falharam. Fizemos uma campanha pela positiva, quando outros usaram o ataque pessoal e o ataque sistemático, nomeadamente à Iniciativa Liberal. Mas importa ainda dizer-vos que fizemos uma campanha positiva, estivemos certos nos momentos certos, eu quero dizer-vos que não troco essa posição, a posição da Iniciativa Liberal”, declarou.

No discurso, o líder dos liberais disse que está aberto ao diálogo, mas já afastou coligações, como foi ventilado ao longo da campanha. “Olhando para os resultados, aquilo que vemos nesta altura é que as maiorias possíveis estão constituídas. E, portanto, o nosso papel será o de, no Parlamento, continuarmos a defender as nossas ideias, continuarmos a dizer aos portugueses que tenho aqui um partido de confiança que os vai defender e que vai querer levar Portugal para a frente a partir do Parlamento onde temos maior representação”, afirmou. Rui Rocha afirmou ainda que a IL continuará “com a firmeza das convicções, com a firmeza dos valores, com a firmeza de dizer que somos o único partido que confia mais nos portugueses, que quer menos Estado, quer menos despesa, quer mais liberdade para os portugueses e continuamos a ser o único que o defende”.

O deputado ainda garantiu que os representantes da IL continuarão fiéis “a si próprios, por muito que isso, às vezes, nos leve a caminhar mais devagar do que o queríamos”. “Nós não vamos ser populistas, nós não vamos oferecer tudo a todos, nós não vamos trair a confiança daqueles que hoje votaram em nós”.

amanda.lima@dn.pt