José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, acusou este sábado, 12 de julho, o Governo de manobras nas leis da nacionalidade e de estrangeiros para desviar a atenção das pessoas daquilo que deveriam ser as prioridades do país.“Há matérias tão vitais para a vida das pessoas que estão a passar à margem da agenda política, da prioridade política do país, e, do meu ponto de vista, muitas destas manobras, infelizmente, colocam em causa o saudável funcionamento das instituições”, afirmou José Luís Carneiro, à margem da apresentação da candidatura do PS à Câmara da Figueira da Foz, encabeçada por João Paulo Rodrigues.Questionado sobre a negociação entre Chega e Governo (liderado pela AD) no que toca à lei da nacionalidade, o líder do PS considerou que há, no âmbito dessa discussão, “algumas manobras de distração para tirar a atenção das pessoas daquilo que é o essencial”.Para José Luís Carneiro, há vários temas que deveriam marcar a agenda política, como é o caso da saúde, que “tem que ter uma resposta estruturada, segura, do Estado”, quando se constata “uma descoordenação muito grande entre serviços do Estado” e falta de resposta às populações, como acontece no distrito de Setúbal, “com mais de 800 mil cidadãos e cidadãs” sem “uma resposta estruturada para as emergências hospitalares”.“A saúde é uma das prioridades, a habitação é outra das prioridades, o crescimento da economia é outra das prioridades. O primeiro-ministro foi a Bruxelas comprometer-se com 2% do PIB [Produto Interno Bruto] de investimento na defesa, depois comprometer-se com 3,5%. Onde é que vamos buscar esses recursos? Qual é o plano para aplicação?”, questionou.Apesar de considerar que a lei da nacionalidade e a lei de estrangeiros podem ser melhoradas, o líder socialista vincou que essa melhoria deve ser feita “com ponderação, nomeadamente, respeitando valores constitucionais”.Para José Luís Carneiro, o Governo, com o apoio do Chega, forçou “uma votação de urgência de uma matéria que exige consulta, nomeadamente aos tribunais superiores”.A ausência dessa consulta “significa um atropelo grave da legalidade dos procedimentos que são tomados no coração da democracia, na Assembleia da República”, disse, considerando a atuação do Governo “muito grave”.“A minha expectativa é a de que o Governo honre a palavra que deu aos portugueses e não caia nos braços de quem quer capturar a agenda política do Governo”, acrescentou.Para o secretário-geral do PS, é fundamental que o Estado português “garanta segurança nas migrações, reguladas e seguras”, reiterando que a forma como o debate está a ser discutido e dirigido pelo Governo é uma forma de desviar atenções, ao misturar “tudo – nacionalidade, migrações e segurança”..José Luís Carneiro exige respostas do primeiro-ministro sobre urgências hospitalares.Carneiro acusa primeiro-ministro de ter ido para “os braços da extrema-direita”