O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira, 16 de dezembro, que o Governo irá lançar na quarta-feira, em Conselho de Ministros, o concurso público para a segunda fase da linha de alta velocidade (Oiã a Soure), depois de uma primeira tentativa falhada.“Amanhã [quarta-feira] vamos decidir uma outra matéria que está relacionada com a região de Coimbra. Vamos lançar o procedimento para a segunda fase da linha de alta velocidade entre Oiã e Soure”, disse Luís Montenegro, que discursava na cerimónia de inauguração do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que serve Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo com autocarros elétricos a circular em via dedicada.Para o primeiro-ministro, aquele projeto, também conhecido como ‘metrobus’, irá assegurar “uma aproximação à estação de Coimbra da linha de alta velocidade”.Luís Montenegro salientou que o ‘metrobus’ em Coimbra é “o projeto mais avançado” do tipo em Portugal, que o Governo pretende depois replicar em Braga, Aveiro e Leiria, cidades que serão também servidas pela linha de alta velocidade (algo já defendido no passado pelo ministro das Infraestruturas).“Estamos não apenas a olhar para este projeto, que tinha a ambição de resolver um problema de 30 anos […], mas estamos a fazer mais do que isso. Estamos a olhar para uma estratégia de desenvolvimento do país segundo a qual queremos resolver em simultâneo os problemas de mobilidade nos centros urbanos, quotidianos, mas ao mesmo tempo estamos a tratar de ter uma rede onde todos nos movimentamos de forma mais ágil e mais fácil”, disse.O segundo concurso do troço da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, que vai de Oiã (Oliveira do Bairro) a Soure, surge depois de primeiro procedimento (lançado em julho de 2024) ter caído, com a única proposta a ser chumbada pelo júri, depois de propor o desvio da estação da linha de alta velocidade de Coimbra-B para Taveiro, fora da cidade de Coimbra, ao contrário do previsto no projeto.O Governo chegou a dar a indicação de que o concurso público seria relançado em maio, depois no verão, com a última garantia a ter sido dada à nova presidente da Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa, de que o procedimento seria aberto até ao final deste ano..Governo vai aprovar, em Conselho de Ministros, o traçado do IP3.O primeiro-ministro anunciou ainda que o Conselho de Ministros desta semana vai aprovar o futuro traçado do IP3, que liga Coimbra a Viseu, respeitando as ambições das comunidades intermunicipais da Região de Coimbra e Dão Lafões.Segundo Luís Montenegro, o Itinerário Complementar (IP) 3 será duplicado em formato de autoestrada entre Souselas (Coimbra) e Penacova.O governante acrescentou que será efetuada a ligação entre Souselas e a A13, cujas obras pararam há vários anos às portas de Coimbra, não esquecendo uma ligação que sirva Góis e Arganil, mais no interior do distrito de Coimbra.Estas vias, de acordo com Montenegro, vão dar “à região a capacidade de todos terem uma oportunidade de entrarem na rede viária em segurança e poderem alavancar as suas economias locais e aproximar-se da rede de transportes rodoviários nacionais”.“A aproximação através do ‘metrobus’ (SMM) de todos os centros de contacto com esta rede é um eixo de aproximação e conexão com a rede rodoviária”, sublinhou o primeiro-ministro, que anunciou também para quarta-feira o lançamento do concurso da segunda fase da linha de alta velocidade, entre Oiã e Soure.A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC) defendeu segunda-feira a construção da variante de Penacova e uma ligação da A13 ao IP3, no âmbito da requalificação daquele itinerário.Aquela estrutura defende a requalificação em perfil de autoestrada na totalidade do traçado do IP3, numa deliberação tomada no conselho intermunicipal que decorreu na quinta-feira e que já foi enviada ao ministro das Infraestruturas e Habitação.A CIMRC propõe ainda a construção da chamada variante de Penacova em perfil de autoestrada, incluindo uma via estruturante de ligação aos concelhos a sul do IP3 e que possa terminar em Góis.Também a CIM de Viseu Dão Lafões se pronunciou hoje sobre a requalificação do IP3, defendendo que a mesma possa estar concluída em 2030 e sem portagens.Sobre o arranque do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), Luís Montenegro notou que este é “um dia muito importante”, recordando que o projeto tem três décadas de “avanços e de recuos, de muita ansiedade, de muita frustração e, às vezes, até indignação”.Apesar de recordar o passado, o primeiro-ministro vincou que é preciso “olhar para o futuro”, referindo que o projeto tem “já perspetivas de se poder desenvolver no futuro, com o seu alargamento”.O SMM tem “potencialidades enormes”, afirmou, referindo que o sistema irá também encurtar distâncias, apesar de o tempo de viagem entre a Lousã e Coimbra ser sensivelmente o mesmo que aquele que era assegurado pela automotora que percorria o ramal ferroviário.Depois de a operação ter arrancado de forma preliminar no troço urbano da cidade de Coimbra, o serviço foi hoje alargado aos concelhos que mais sofreram com o fim do ramal ferroviário da Lousã, encerrado em janeiro de 2010, na altura para dar lugar a um metro ligeiro de superfície.O projeto conheceu vários contratempos, alterações e paragens, mas acabou a ser relançado como ‘metrobus’ pelo Governo liderado por António Costa (PS), que adjudicou as principais empreitadas relacionadas com este projeto, que tem um custo global de cerca de 220 milhões de euros..Bruxelas já deu 196 milhões a Portugal para alta velocidade ibérica e diz que será realidade .Bruxelas quer toda a União Europeia ligada por ferrovia de alta velocidade até 2040