Tanto o Governo como a oposição mantêm saldo negativo no Barómetro DN/Aximage de janeiro, mas com o desempenho do Executivo liderado por Luís Montenegro a merecer nota bastante menos má do que a do conjunto de partidos de uma oposição em que Pedro Nuno Santos se distancia um pouco de André Ventura na perceção de liderança.Com base em 800 entrevistas feitas de 23 a 28 de janeiro, resulta da primeira edição de 2025 do Barómetro DN/Aximage, com uma margem de erro próxima de 3,5%, que a avaliação do desempenho do Governo neste último mês prima pela estabilidade quando comparada com as respostas do último estudo de opinião de 2024. Ao ponto de, entre os 45% de inquiridos que fazem balanço positivo, serem iguais as percentagens dos que pensam que a Aliança Democrática (AD) governa muito bem (4%) ou bem (41%), com mínimas alterações, bem dentro da margem de erro, ao ver-se quem diz que governa mal (34%, menos dois pontos do que em novembro) e muito mal (13%, aumentando um ponto). .AD mantém curta vantagem sobre PS, com o Chega muito à frente dos restantes partidos.Com o saldo negativo a descer de três para dois pontos em janeiro, o Governo beneficia sobretudo do agravamento, também ligeiro, na avaliação do desempenho da oposição, que só recebe 34% de respostas positivas, contra 55% de negativas. Os inquiridos para os quais a oposição fez o seu papel muito bem no mês anterior descem de 5% para 3%, enquanto os que optam por bem passam de 30% para 31%. Mas a maioria continua a considerar o desempenho mau (44%) ou muito mau (11%), em ambos os casos com mais um ponto percentual do que em novembro, contribuindo para o saldo negativo se agravar de 18 para 21 pontos.O Governo de Luís Montenegro continua a ter melhores avaliações dos homens - nos quais há tantos a optar por muito bem (4%) e bem (44%) do que mal (35%) e muito mal (13%) -, mas diminui o saldo negativo nas mulheres: 3% respondem que o desempenho é muito bom, 39% que é bom, 33% que é mau (menos quatro pontos do que em novembro, o que excede a margem de erro), enquanto 13% consideram que está a ser muito mau.No que toca a escalões etários, o Governo só tem saldo positivo nos inquiridos com 65 anos ou mais (49%-46%), e os mais jovens, entre 18 e 34 anos, destacam-se nos críticos (41%-48%), seguindo-se os que têm entre entre 35 e 49 anos (44%-48%). E é também nesses últimos que se observa a maior percentagem de respostas “muito mal” (16%). Quanto a estatuto sócio-económico, o Governo recua na classe A, em relação a novembro de 2024, e só tem saldo nulo nos inquiridos com maiores rendimentos (47%-47%), com balanço negativo nas outras categorias. E, no que diz respeito às regiões, o Centro é o maior reduto (46%-43%), mas também passa a haver resultado positivo no Norte (48%-46%), enquanto o pior resultado ocorre na Área Metropolitana de Lisboa (42%-51%). .AD não está a convencer 20% do seu próprio eleitorado.O apoio à atuação do Executivo de Montenegro mantém-se forte entre os que votaram AD nas legislativas de 2024, com 10% a concederem-lhe a melhor nota possível, e outros 66% a considerarem a governação positiva. Mas, apesar de uma redução de quatro pontos percentuais na soma de avaliações negativas, em relação a novembro, um em cada cinco eleitores da coligação que participaram no estudo dão nota negativa ao Governo: 18% dizem que tem mau desempenho e 2% muito mal.Praticamente imutável é a avaliação do Governo feita pelos eleitores do PS, com mais de um terço a manifestarem aprovação (1% dizem que está muito bem e outros 35% dizem que está bem), embora 45% tenham respondido que está mal e 15% muito mal. Curiosamente, existe uma menor prevalência de notas positivas entre os que votaram no Chega, com 2% a dizerem que o desempenho é muito bom e 32% a ficarem pelo bom. Ainda assim, verifica-se no primeiro Barómetro DN/Aximage de 2025 uma forte descida entre as avaliações negativas, pois em novembro praticamente metade (49%) dos eleitores do partido de André Ventura diziam que o desempenho era mau, tendo esse valor descido para 38% em janeiro, com 16% a vincarem que é muito mau.Nos eleitores dos restantes partidos, os da Iniciativa Liberal (IL) continuam a dar saldo positivo ao Governo (47%-45%), apesar do assinalável aumento das avaliações negativas, que saltam de 35% para 45%. Mas a Aximage adverte que, no caso dos liberais, como no do Bloco de Esquerda, Livre, CDU e PAN, todos os resultados “devem ser lidos a mero título indicativo, dado o valor muito reduzido das respetivas bases”. Feita a ressalva, 73% dos bloquistas, 70% dos comunistas e 72% dos que votaram no Livre defendem que o Executivo esteve mal ou muito mal no mês anterior à realização das entrevistas, com a percentagem a descer para 41% entre os que votam no PAN..Mais velhos destacam-se na má avaliação da oposição.Quanto ao desempenho da oposição, além da pequena diminuição das opiniões positivas e aumento das negativas (o saldo passa de 35%-53% para 34%-55%), sobressai no Barómetro DN/Aximage o modo como os inquiridos do sexo masculino revelam ser cada vez mais impiedosos com a oposição (31%-62%, quando em novembro havia um 35%-58%). A evolução não é tão má nas mulheres, mas também se verifica, com mais três pontos negativos,passando de 37%-47% para 36%-49%.Entre os escalões etários, todos revelam má opinião daquilo que os partidos da oposição estão a fazer. Até nos inquiridos mais velhos, com 65 anos ou mais - segmento em que os que não sabem ou não respondem (4%) são quase cinco vezes menos do que entre os que têm de 18 a 34 anos - existe uma clara maioria a dar avaliação negativa (36%-60%), primando pela benevolência os mais jovens: 32% dizem que esses partidos estão a cumprir o papel muito bem ou bem, com 49% a optarem por muito mal ou mal.Por outro lado, entre os inquiridos que têm um nível de rendimento mais elevado (Classe A) aumenta a insatisfação com a oposição. A soma de respostas positivas cai de 39%, em novembro, para os 28%, e a soma de negativas sobe de 53% para 64%. Mas todos os grupos socio-económicos coincidem na rejeição, apesar do assinalável reforço de apoio nos mais pobres (Classe D), com o saldo a passar de 32%-43% para 37%-43%. A Área Metropolitana de Lisboa e o Centro são particularmente críticos para com o trabalho da oposição (somente 30% de opiniões positivas) e, entre os eleitores das três maiores forças, só dos do PS fazem um balanço positivo (47%-46%), ainda que tangencial..Mulheres e mais velhos põem Pedro Nuno acima de Ventura.Na categoria de líder da oposição, o Barómetro DN/Aximage traz uma boa notícia para Pedro Nuno Santos, que desfaz o empate a 39% que mantinha com André Ventura, com o líder do Chega a recuar dois pontos percentuais em relação a novembro, enquanto a terceira classificada, Mariana Mortágua, cai de 5% para 3,4%, o que poderá não ser alheio ao facto de as entrevistas deste estudo terem decorrido já sob a influência de casos como o do deputado Miguel Arruda, eleito pelo Chega nos Açores, constituído arguido por furto qualificado de malas de viagem, ou da revelação do despedimento de funcionárias bloquistas que tinham acabado de ser mães.A curta vantagem conquistada pelo secretário-geral do PS decorre do avanço sobre o líder do Chega nas mulheres (37%-35%) e entre os inquiridos mais velhos, nos quais apresenta uma vantagem de 31 pontos (55%-24%), pois Ventura fica à frente nos restantes segmentos etários, embora reduza o seu avanço nos mais jovens (41%-29%).Da mesma forma, o presidente do Chega perde a liderança, que detinha em novembro de 2024, entre os inquiridos com menor nível de rendimento - Pedro Nuno Santos sobe nove pontos, de 29% para 38%, enquanto Ventura cai de 47% para 33%). Empatam na Área Metropolitana de Lisboa, o líder do Chega destaca-se no Sul e Ilhas e o socialista na Área Metropolitana do Porto.Também revelante para a vantagem do socialista é o facto de um maior número de eleitores da AD o verem como líder da oposição (44%-40%), embora 23% dos que votaram no PS atribuam tal estatuto a Ventura, contra apenas 10% de eleitores do Chega que retribuem esse reconhecimento a Pedro Nuno Santos..Ficha técnica.Ficha Técnica destinada a publicação e elaborada de acordo com um modelo proposto para a imprensa. Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTS Il), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 800 entrevistas efetivas: 67 entrevistas CAWI e 121 entrevistas CATI; 380 homens e 420 mulheres; 170 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 199 entre os 50 e os 64 anos e 221 para os 65 e mais anos; Norte 268, Centro 164, Sul e Ilhas 125, Área Metropolitana de Lisboa 243. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 23 e 28 de janeiro de 2025. Taxa de resposta: 68,36%. Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,5%. A responsabilidade do estudo, Aximage - Comunicação e Imagem Lda, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.