O que o leva a candidatar-se? A minha candidatura resulta de uma longa reflexão, com base no incentivo de muitas pessoas ao longo de 12 anos, duas décadas de clara progressão da cidade, evolução clara aos olhos dos portuenses. Tudo isto tem um início, ou seja, a criação do primeiro movimento independente a ganhar a câmara de uma grande cidade. E de mais movimentos subsequentes. Movimentos que elegeram Rui Moreira. Em carta aberta que lhe dirigiu, o presidente da câmara do Porto, de quem é vice-presidente, diz que, avançando, terá de criar um movimento próprio. O movimento que existe tem tutela? Não tem tutela. Teve um líder durante 12 anos, mas trata-se de um movimento do qual fazem parte várias pessoas da cidade e no qual me revejo desde a sua génese, em 2013. Na altura, poucos acreditavam que poderia ganhar. Acreditei sempre. Foi o primeiro de três movimentos que resultaram numa associação cívica, na medida em que ninguém é dono de pessoas. Considerou a Carta Aberta, vinda de quem sempre o incentivou a avançar, uma traição? Para as questões relacionadas com os posicionamentos de Rui Moreira relativamente às próximas eleições autárquicas, só Rui Moreira terá resposta. Não avançar com uma candidatura representaria, para si, uma saída pela porta dos fundos? Venho do setor privado e, se tivesse de regressar, não haveria nisso problema algum. Não há estados de alma na minha candidatura. Não é resposta a ninguém. Foi uma decisão muito racional, tendo por base o trabalho feito ao longo dos últimos 12 anos. Nessa medida, os portuenses podem contar comigo. Não me candidatar seria uma traição aos portuenses..Para as questões relacionadas com os posicionamentos de Rui Moreira relativamente às próximas eleições autárquicas, só Rui Moreira terá resposta..No entanto, que expectativas tem em relação ao comportamento de Moreira? Rui Moreira tem dito que quer ficar afastado e que não tomará posição sobre as autárquicas. Sou seu vice-presidente há 8 anos, com rigoroso sentido de lealdade para com ele e para com os portuenses. Comunicou-lhe a decisão de avançar antes de a assumir publicamente? Sim, falámos sobre isso. Temos mantido com ele um conhecimento estreito. Vai ser uma candidatura de continuidade? O alinhamento entre mim e Rui Moreira quanto à gestão da cidade é total. Mas cada movimento é um movimento. E este chama-se “Filipe Araújo — fazer à Porto”. Teve conversas com o PSD no sentido de integrar as listas de Pedro Duarte, desistindo de uma candidatura. Por que correu mal? Não acho cordial revelar esses assuntos. O importante é dizer que o movimento independente que lidero é agregador na cidade e, nesse sentido, estabeleci contactos com todos os partidos. .O alinhamento entre mim e Rui Moreira quanto à gestão da cidade é total. Mas cada movimento é um movimento.. Em que medida é melhor candidato do que os principais adversários, Pedro Duarte e Manuel Pizarro? A governação independente e livre traduziu-se numa melhoria da vida dos portuenses. Fruto de 12 anos de experiência que levaram a essas transformações, creio estar em condição de melhor governar a cidade. Os resultados eleitorais de 18 de maio, nomeadamente a queda do PS, foram tidos em conta na decisão de avançar? De maneira nenhuma. Não consigo olhar para os resultados das legislativas e tirar ilações para as autárquicas, eleições que requerem uma grande proximidade entre candidatos e eleitores..Porto. Sem apoio de Moreira, Filipe Araújo prefere avançar fragilizado a sair “pela porta do fundo”