A estratégia ganhou peso a partir de segunda-feira e tem relevado as palavras-chave: “incompetência”, “incapazes”, “instabilidade”, “mobilização” e a “ameaça” AD/IL que passou a ser o último “trunfo” socialista - “oferecido”, dizem, por Rui Rocha no “esforço de se distanciar do que já todos percebemos que vai acontecer”.Na contagem decrescente para domingo, dizem ao DN fontes socialistas, já “pouco havia para acrescentar”. O caminho é “dramatizar, dramatizar, dramatizar” e “repetir, repetir, repetir” apontando a “causas” fixadas na mensagem política: “Três letras: SNS” - como repete Pedro Nuno Santos - “Segurança Social”, “Pensões”, o passado de Montenegro na troika e, claro, um alvo que é também palavra-chave “decisiva”: “Mobilização” para todos, “até mesmo para o eleitorado do Chega”.O que “incomoda”, e isso foi visível, na breve arruada na Ajuda e mais tarde na Amadora, são as sondagens - a “desvantagem que aumenta” no Tracking Poll na CNN esteve no “azedume” das conversas - e as “falhas de mobilização que não podem acontecer na última semana”. E outra ainda: não podem ser “reformados, reformados, reformados” e “meia dúzia de JS com dois megafones”.Na terça-feira tudo se misturou. E nem a justificação de “terrenos pouco habituais” para o PS serviu aos que esperavam “mais”, e na sua maioria reformados, do nome gritado nos megafones: “Somos tantos, tantos, tantos… com o Pedro Nuno Santos”.Na Ajuda, a “mobilização” para “contacto com a população” juntou cerca de 40 apoiantes. O secretário-geral, que chegou às 10.18 e saiu às 10.48, percorreu uma travessa de lojas aquela hora praticamente vazias de clientes.Na Amadora, depois do almoço no quartel dos Bombeiros de Queluz, o caminho até ao pavilhão desportivo municipal José Caeiro foi réplica da manhã e o tempo de permanência do líder socialista quase igual. Em meia hora ficou feita a arruada e o breve discurso, de megafone, para os reformados que ficaram “entregues” a Mariana Vieira da Silva e Carla Tavares. Dez filas de cadeiras, mas só apoiantes nas primeiras seis. As restantes estavam vazias. “Pedro Nuno” tinha ido para o Largo do Rato.O que “salvou” o dia foi o comício da noite, em Lisboa, na Aula Magna, que juntou quase 1500 apoiantes. “Cerca de dez autocarros” trouxeram e levaram apoiantes. O perfil pouco se alterou. O que foi igual? A narrativa onde surge também a “saúde oral e mental”. O que mudou? O desempenho de Pedro Nuno Santos. Mais “veemente” e “seguro” na postura ensaiada: quase sempre de mão esquerda no palanque, gesticulando com a direita.Já diferente foi o discurso, nos Bombeiros de Queluz, minutos antes do almoço com 280 apoiantes, que até deixou um “amargo” aos da casa. Sair sem “agradecer” ou “cumprimentar” os bombeiros “não caiu bem”. Mas foi aí que o líder do PS verbalizou a certeza: “Eles [a AD] vão perder.”O que se pretendia valorizado na Aula Magna? A presença de Medina que elogiou a “qualidade essencial na vida política” de Pedro Nuno: “Defende os valores do PS.” O que ficou fixado? O entusiasmo da noite do líder do PS: “Já fiz muitas campanhas. Já ganhamos e já perdemos. Quando estamos assim é porque já ganhamos.”“É uma tarefa difícil, mas não impossível”, diria horas mais tarde Álvaro Beleza.