Com o foco nas eleições legislativas, o Livre realiza este fim de semana o seu XV Congresso. E, por isso, o dia de amanhã ficará marcado pela discussão e aprovação do programa eleitoral, com o domingo a estar reservado aos cabeças de lista do partido às legislativas de 18 de maio.Além disso, explica ao DN Paulo Muacho, deputado do Livre, “será feito ainda um balanço do trabalho do partido ao longo dos últimos 11 meses”. Uma retrospetiva parecida àquela que o partido fez na passada sexta-feira na Assembleia da República - e onde o Livre não garantiu a presença do seu porta-voz, Rui Tavares, no debate televisivo desta sexta-feira com Nuno Melo, líder do CDS-PP, que estará em representação da AD em vez do primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro. A decisão, anunciada esta quinta-feira em conferência de imprensa, foi a de enviar a líder parlamentar e co-porta-voz do Livre, Isabel Mendes Lopes.Segundo o deputado, haverá ainda “várias questões em discussão”, a que o partido quer voltar na próxima legislatura. Quais? “A questão de tentar tornar a violação um crime público, que tem sido um tema muito falado [há até uma petição a circular já com mais de 135 mil assinaturas], a semana de quatro dias e o alargamento do projeto-piloto que o Governo abandonou, ou, ainda a reabilitação eficiente e sustentável de casas de habitação pública”. Ou seja: “Uma espécie de reinvenção do programa 3C - Casa, Conforto e Clima” que o partido já apresentou no passado.Na reunião, que se realiza no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, em Algés, haverá “com certeza” espaço para discutir, ainda, uma resposta às tarifas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e à guerra comercial que atualmente se vive. “Essa discussão acontecerá, certamente, até para se debater como vai a União Europeia responder a esta questão”, frisa o deputado.Nas últimas eleições, o Livre conseguiu pela primeira vez eleger um grupo parlamentar, composto por quatro deputados. Agora, a expectativa é que possa crescer, continuando a trajetória de há um ano. Relembrando que o partido “nunca teve o hábito de estabelecer uma baliza ou uma meta” de votos, Paulo Muacho mostra-se, contudo, confiante no resultado das eleições: “A nossa perspetiva é que possamos continuar a crescer. Sentimos que há muita simpatia pelo Livre, nos contactos que fazemos na rua, e as últimas sondagens indicam esse crescimento.”Mas há ainda “um objeto mais macro”: “Esperamos que se consiga inverter o ciclo político, permitindo que exista uma maioria de esquerda no Parlamento, que possa trazer uma política progressista, ecologista e positiva para o país.”.Livre propõe mil milhões de euros anuais para habitação pública e salário mínimo de 1250 euros em 2029.Livre insiste em debater com Montenegro e não confirma Rui Tavares no frente a frente com Nuno Melo