Cavaco Silva e Luís Montenegro na apresentação do livro.
Cavaco Silva e Luís Montenegro na apresentação do livro.ANTÓNIO COTRIM / EPA

Cavaco lembra que nas legislativas de 1980 ataques ao PM “tiveram efeitos contrários” aos pretendidos

Cavaco Silva relembra efeitos contrários dos ataques a Sá Carneiro em 1980. Luís Montemegro comparou-se ao ex-presidente da República e ao fundador do PSD.
Publicado a
Atualizado a

O antigo Presidente da República Cavaco Silva lembrou esta quarta-feira que, em 1980, os ataques à pessoa do então primeiro-ministro Sá Carneiro produziram “efeitos contrários” aos pretendidos pela oposição, num aparente paralelismo com a atualidade sem nunca referir Luís Montenegro.

Na apresentação de um livro que reúne textos do fundador Francisco Sá Carneiro no ano da sua morte, 1980, Cavaco Silva recordou a forma como o antigo primeiro-ministro alcançou a primeira maioria absoluta da AD em 1979 e a reforçou meses mais tarde, bem como a “campanha de calúnias” de que considerou ter sido vítima por parte de PS e PCP.

“Os ataques à pessoa do primeiro-ministro por parte do Partido Socialista e do Partido Comunista tiveram, afinal, efeitos contrários àquilo que eles esperavam (…) Apesar das campanhas movidas pela oposição contra o primeiro-ministro Sá Carneiro, a Aliança Democrática voltou a ganhar as eleições em 5 de outubro de 1980, reforçando mesmo a sua maioria”, referiu.

O antigo chefe de Estado considerou ainda que “Sá Carneiro é a prova de que, em Portugal, a escolha da pessoa do primeiro-ministro é decisiva para o sucesso do Governo e para a resolução dos problemas de Portugal”.

Na sua intervenção, Cavaco Silva nunca referiu a situação de pré-campanha eleitoral nem a do primeiro-ministro Luís Montenegro. No final, nenhum dos dois prestou declarações à comunicação social.

O primeiro-ministro e líder do PSD acompanhou o antigo chefe de Estado à saída e, no final, despediu-se com a frase "Até dia 6, se não for antes", numa aparente referência ao jantar de aniversário do partido marcado para 06 de maio, já durante a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 18 de maio.

Montenegro: “Estou convencido de que esta maioria vai ser uma maioria maior”

Já o líder do PSD e recandidato a primeiro-ministro disse estar convencido de que a AD vai ter “uma maioria maior” nas eleições de 18 de maio, afirmando-se descendente da cultura política de Francisco Sá Carneiro e Aníbal Cavaco Silva.

Na apresentação do livro sobre Francisco Sá Carneiro, Luís Montenegro recordou a maioria absoluta que o fundador do partido conseguiu reforçar em 1980 e a maioria relativa que Cavaco Silva - na plateia - conseguiu transformar em maioria absoluta em 1987.

“Estou convencido de que esta maioria também vai ser uma maioria maior porque vai preencher as capacidade de que precisamos para juntar à estabilidade financeira que temos à estabilidade económica e social”, afirmou, referindo-se à estabilidade política.

Montenegro discursou logo após Cavaco Silva, autor do prefácio do 7.º e último volume do livro sobre o fundador do partido, intitulado precisamente “Uma maioria maior – 1980”.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt