O líder do Chega, André Ventura, acusa Marcelo Rebelo de Sousa de “estar a tentar levantar o PS dos mortos”, depois de o Presidente da República se referir, nesta terça-feira, ao recém-eleito secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, como “líder da oposição”, antes de o ter recebido no Palácio de Belém. A audiência destinava-se a discutir a relação que os socialistas irão manter com o Executivo de Luís Montenegro e, em particular, as posições do partido em questões de regime, de defesa e de economia.“O Presidente da República está a tentar levantar o PS dos mortos e a tentar esconder o facto de que o líder da oposição é o Chega. Aliás, ele sabe isso, porque já nos recebe nessa ordem no Palácio de Belém”, disse André Ventura ao DN. Nas legislativas de 18 de maio, apesar de o PS ter somado mais 4313 votos do que o Chega, elegeu menos dois deputados (58) do que o partido mais à direita no hemiciclo (60), o qual passou a ter o segundo maior grupo parlamentar, só atrás do PSD (89).Apesar disso, Marcelo Rebelo de Sousa disse nesta terça-feira, em declarações a jornalistas, no Centro Cultural de Belém, que é “uma posição muito difícil ser-se líder da oposição nas circunstâncias em que o atual líder do PS vai ser”. E deixou claro que iria partilhar com Carneiro a sua experiência como líder da oposição, pois foi presidente do PSD entre 1996 e 1999, acrescentando que a missão será mais difícil, pois “há mais de um partido na oposição com uma posição forte”..Carneiro quer PS responsável.No final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou mais de uma hora, José Luís Carneiro destacou o “diálogo muito construtivo” e garantiu que o PS será “um partido de grande responsabilidade” nesta legislatura.Sobre o compromisso de aumentar o investimento público em Defesa, apesar de Carneiro assumir as “responsabilidades europeias e atlânticas”, sublinhou a necessidade de um plano estratégico nacional que contribua para o desenvolvimento da economia portuguesa. “Há que garantir que o investimento não coloca em causa funções sociais e de coesão territorial e económica”, disse o secretário-geral do PS.O novo líder socialista disse ainda que o seu partido está disponível para “contribuir para o aperfeiçoamento do sistema de segurança interna e de justiça”, mas deixou claro que não concorda com a legislação apresentada pelo Governo da AD para limitar a imigração e apertar os critérios para a obtenção da nacionalidade portuguesa. “Não tem condições para o voto favorável do PS”, advertiu Carneiro, dizendo que é “possível aperfeiçoar determinadas matérias”, mas remetendo para discussão no grupo parlamentar do PS o que deverá ser alterado..Marcelo considera que José Luís Carneiro está em "posição muito difícil" . José Luís Carneiro avisa Governo que o PS votará contra a lei da imigração que foi apresentada na AR