O Governo de Luís Montenegro voltou a apresentar no seu site oficial o logotipo da República Portuguesa no final da tarde desta quarta-feira, depois de ao longo de várias horas ter estado online um logotipo sem a esfera armilar, as quinas e os castelos. Algo que fonte do Governo descreveu como uma "versão iconográfica" do logotipo, destinado a otimizar a imagem em dispositvos com telas de dimensões mais reduzidas..A recolocação do logotipo na sua versão oficial foi decidida, segundo disse ao DN fonte do Governo, "para que não se gerasse mais mal-estar e confusão", admitindo-se que a versão destinada a comunicação digital teve o efeito de "gerar ruído". Em vez daquele que era pretendido, e que passava pela promoção do site oficial portugal.gov.pt como um portal de informação relacionada com a atividade governativa..Recorde-se que assim que tomou posse, o líder do Executivo decidiu voltar à imagem antiga, que tinha sido alterada pelo governo de António Costa - sem esfera armilar, quinas e castelos, numa reformulação gráfica que tinha custado cerca de 25 mil euros..“Optámos por utilizar a versão do logotipo do Portal do Governo, que inclui o endereço escrito, em vez do logotipo da República, com o objetivo principal de dar destaque e visibilidade ao endereço do portal governamental. Esta escolha pretende facilitar o reconhecimento e a identificação do Portal do Governo, realçando o seu propósito como uma plataforma oficial de informação do Governo”, começou por explicar fonte do Governo ao DN ao final da manhã. .A versão iconográfica do logotipo, utilizada no logo do portal, é uma adaptação “especialmente otimizada para o ambiente digital e diversos formatos de tela, seja em desktops ou dispositivos móveis”, e está prevista no manual de comunicação aprovado em Conselho de Ministros..“Quanto às redes sociais do Governo, adotamos a designação ‘República Portuguesa’ e garantimos a presença do logotipo oficial nas fotos de capa de cada perfil. Desta forma, todas as publicações são acompanhadas pelo logotipo oficial da República”, explica fonte do Executivo, que refere que “esta prática visa reforçar a identidade institucional e a legitimidade das comunicações governamentais, promovendo uma imagem coesa e reconhecível para o público”..Em 2 de dezembro do ano passado, Luís Montenegro tinha-se comprometido a, se fosse primeiro-ministro, deixar de utilizar o novo símbolo institucional do Governo de Costa – que gerou polémica por ter simplificado a imagem, retirando a esfera armilar, as quinas e os castelos. "É que faz toda a diferença, nós no nosso projeto não fazemos sucumbir as nossas referências históricas e identitárias a uma ideia de ser mais sofisticados, connosco não há disso. Já chega de política de plástico", afirmou então Montenegro, numa iniciativa do Conselho Estratégico Nacional..Durante a campanha eleitoral, o antigo primeiro-ministro Durão Barroso criticou também a alteração do símbolo institucional do Governo, dizendo que os que não se identificam com o brasão de armas nacional "não são verdadeiros portugueses". .Num comício em Santa Maria da Feira (Aveiro), Durão Barroso disse querer abordar um tema a que considerou não ter sido dado muito relevo pela comunicação social, a alteração da imagem institucional do Governo pelo executivo do PS. "Diziam eles que o logótipo, as nossas antigas armas, não eram suficientemente inclusivas, que há uma parte das pessoas que não se identificam com elas. Mas se esses portugueses não se identificam com o nosso brasão de armas, então para mim não são verdadeiros portugueses, nós não temos símbolos mais inclusivos do que esses", defendeu..Após a primeira reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, explicou que o Executivo repôs uma imagem “já utilizada por vários Governos anteriores e que repõe símbolos essenciais da nossa identidade, da nossa história e da nossa cultura”, acrescentando que “o símbolo usado volta a ter a esfera armilar, com escudo, quinas e castelos, em que a identidade, a cultura e o povo português se reveem”. .A imediata mudança do logotipo foi muito criticada pela oposição, que considerou que esta não deveria ser uma prioridade do governo de Luís Montenegro.