Santos Silva confirma que Zelensky aceita convite para discursar ao parlamento português

Convite enviado por Marcelo Rebelo de Sousa obteve resposta positiva, após proposta do PAN aceite pela maioria dos partidos, apenas com a oposição do PCP.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceitou o convite de Marcelo Rebelo de Sousa para discursar no Parlamento português, por videochamada, confirmou esta quinta-feira o novo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, em declarações ao programa "Em Alta Voz" da TSF e do DN, cuja entrevista será publicada esta sexta-feira na edição em papel e no site.

"Na quinta-feira de manhã recebi a embaixadora da Ucrânia que me transmitiu já a aceitação do convite por parte do presidente Zelensky", afirmou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

O convite ao presidente ucraniano foi feito pelo Presidente da República, em articulação com o presidente da Assembleia da República, após a proposta do PAN ter sido aceite pela maioria dos partidos, apenas com a oposição do Partido Comunista Português (PCP).

"Formalmente, o convite é realizado por dois impulsos: do Presidente da República de Portugal, porque se trata de convidar o Presidente da República de um país estrangeiro, e do presidente da Assembleia da República, porque se trata de convidar esse Presidente para participar numa sessão da Assembleia da República", explicou.

Enquanto ainda decorria a reunião da conferência de líderes, o PAN, em comunicado, reivindicou a autoria da iniciativa de endereçar um convite a Volodymyr Zelenky para discursar perante a Assembleia da República por videoconferência e adiantou que essa sua proposta tinha sido aprovada por unanimidade, o que se revelou falso.

Perante os jornalistas, a porta-voz da conferência de líderes referiu que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, iria contactar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, para que fosse endereçado um convite formal ao Presidente Volodymyr Zelensly para discursar perante o parlamento português.

"A decisão foi tomada por maioria, com a oposição do PCP. A data em que acontecerá essa sessão ficou dependente do convidado", Volodymyr Zelensky, apontou Maria da Luz Rosinha, adiantando que a expectativa é que a intervenção do Presidente ucraniano aconteça na semana entre 18 e 22 deste mês.

Momentos depois, a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, assumiu a responsabilidade pela difusão de informação errada sobre a posição do PCP em relação à sessão de boas-vindas com o Presidente da Ucrânia.

"Para nós, não ficou claro que tivesse havido essa posição [do PCP]. De qualquer das formas foi esclarecida a posição, e a proposta foi aprovada por maioria e não por unanimidade. Evidentemente, lamentamos o lapso na informação que veiculámos em relação à posição do PCP e que foi única e exclusivamente da nossa responsabilidade", declarou Inês de Sousa Real.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, defendeu que é importante que "a casa da democracia portuguesa seja solidária com o povo ucraniano".

"Não há melhor forma de demonstrar essa solidariedade do que com a presença, mesmo que por videoconferência, do presidente Zelensky no parlamento português", sustentou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda.

Pouco depois, o presidente da bancada da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, também se congratulou a iniciativa de se organizar uma sessão com o Presidente da República da Ucrânia.

"Essa iniciativa mereceu o nosso total apoio e concordância. Agora, que se iniciem os procedimentos para que ocorra logo que o Presidente da Ucrânia possa estar connosco em sessão. Temos uma especial ligação com Volodymyr Zelensky, porque o seu partido pertence à nossa família política europeia", acrescentou.

Diário de Notícias
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