Rui Rio confirma que não se vai recandidatar à liderança do PSD
Rui Rio revelou esta quinta-feira que não é candidato às próximas eleições diretas do PSD, após a reunião da Comissão Política Nacional do PSD para analisar os resultados das legislativas.
"Vamos convocar o Conselho Nacional para o próximo dia 19 em Barcelos. Aí decidiremos a data das próximas eleições diretas, que terão de ser antecipadas. O mais tardar, as diretas terão de se realizar até ao início de julho", afirmou, em conferência de imprensa.
"Não vou abandonar a liderança do PSD amanhã. Aceito qualquer data dentro do limite do razoável. Quando as pessoas forem de férias, isto terá de estar resolvido", acrescentou.
Na noite de domingo, Rui Rio abriu a porta à saída da liderança do PSD, cargo que ocupa desde janeiro de 2018, caso viesse a confirmar-se a maioria absoluta do PS nas eleições legislativas (o que aconteceu), considerando que dificilmente seria útil nessa conjuntura, sem, contudo, verbalizar explicitamente a sua demissão nem adiantar que passos iria dar internamente.
Na quarta-feira, no final de uma audiência com o Presidente da República, Rio recusou-se a adiantar mais antes da discussão interna desta quinta-feira no partido, mas deu a entender que o processo poderá demorar alguns meses, já que assegurou que, além de tomar posse como deputado, irá estar "de certeza absoluta" como presidente do PSD na discussão e votação do Orçamento do Estado de 2022, que dificilmente estará concluído antes de março/abril.
Rui Rio foi eleito presidente do PSD, pela primeira vez, em eleições diretas realizadas em 13 de janeiro de 2018, derrotando Pedro Santana Lopes por 54% dos votos.
Em janeiro de 2020, Rio enfrentou dois candidatos: Miguel Pinto Luz, que ficou pela primeira volta com menos de 10% dos votos, e Luís Montenegro que forçou uma inédita segunda volta no PSD. O atual presidente sairia vencedor por cerca de 53%.
Em 27 de novembro do ano passado - as diretas e Congresso foram ligeiramente antecipados devido à proximidade das legislativas de 30 de janeiro -, Rui Rio foi a votos com o eurodeputado Paulo Rangel e a vitória ainda foi mais curta, por 52,4% dos votos, num mandato que teoricamente se estenderia até ao final de 2023.
De acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo (e que ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), o PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos nas coligações de que fez parte na Madeira e dos Açores.
Ainda assim, quando se somarem os deputados da emigração, o PSD deverá ficar abaixo dos 79 que tem atualmente e ficou a mais de 13 pontos percentuais do PS, que teve a segunda maioria absoluta da sua história.