Em entrevistas transmitidas hoje à noite pela SIC e pela CNN Portugal, Rio disse que ainda não decidiu se proporá ou não uma coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, considerou que teria sido "mais prudente" a Carlos Moedas ter-se mantido neutral até ao fim nas diretas do PSD e afirmou que o fim dos debates quinzenais do primeiro-ministro no parlamento foi das "principais" coisas que fez no seu mandato..Questionado pela SIC se, na elaboração da lista de deputados, vai tratar da mesma forma os seus apoiantes e os de Paulo Rangel, o presidente do PSD admitiu que "não será exatamente assim", dizendo que, se em primeiro lugar, a escolha será em função da competência, também terá em conta a lealdade.."Se for chefe e tiver alguém que é competente, mas for desleal não lhe serve para nada. Se for leal, mas incompetente também não", disse, afirmando que terão de se equilibrar estas duas valias..Ainda assim, Rio não considerou que o facto de alguém ter apoiado Rangel significa automaticamente que foi desleal: "Vamos fazer uma medição da competência e todo o comportamento ao longo de toda a legislatura"..Sobre o mesmo tema, à CNN Portugal, Rio disse até ter dificuldade em compreender quem sempre esteve contra si e que pretende continuar nas listas, mas garantiu que "não se vai fazer uma limpeza étnica", dizendo que não "prometeu nada a ninguém", mas que "também não será ingrato" para quem o apoiou..À mesma estação, o presidente do PSD recusou que tenha ficado zangado com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa pelo seu almoço com Paulo Rangel, considerando que Moedas "é um elemento com o qual o PSD conta".."Se tinha como ideia não apoiar ninguém, tinha sido mais prudente manter-se assim até sábado, mas ninguém se zanga", admitiu, contudo..Na conversa com a SIC, Rio respondeu também ao líder do PS, António Costa, que no domingo afirmou que terá uma tarefa muito difícil a unir o PSD.."Há um PSD dividido porque sai de eleições internas, mas há um PS dividido até em torno da possível sucessão de António Costa. Se temos essa dificuldade, o PS também a tem", afirmou..Rui Rio admitiu que ainda não tem uma decisão sobre uma eventual coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, dizendo estar "a fazer uma reflexão" em conjunto com a sua direção sobre eventuais alianças quer com os democratas-cristãos, quer com o PPM, como acontece nos Açores.."Quero ouvir as pessoas, no limite é o Conselho Nacional que tem de decidir", afirmou, considerando haver "vantagens e desvantagens" quer na coligação, quer em listas próprias..Questionado se acredita que o PS poderá viabilizar um eventual governo minoritário do PSD, Rio admitiu que tal nunca aconteceu.."Quero acreditar que o PS pode evoluir e perceber que só tem a ganhar se tiver sentido de responsabilidade", afirmou, na SIC..Questionado pela CNN Portugal sobre o cenário inverso - o PSD vencer, mas a esquerda conseguir formar maioria como em 2015 - Rio considerou que António Costa "não terá condições para reeditar a geringonça"..Se perder as eleições, Rio não se comprometeu a cumprir integralmente o mandato de dois anos para que foi eleito no sábado, mas também não repetiu que sairá ao fim de uns meses, como chegou a afirmar numa entrevista à TVI durante a campanha.."Em função das circunstâncias, logo se vê o que é melhor para o partido", disse..Na mesma estação e questionado sobre o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro, decisão que passou por um acordo com o PS e muito criticada por Paulo Rangel, Rio defendeu que foi das coisas "principais" que fez no seu mandato, reiterando que o primeiro-ministro não pode estar "semana sim, semana não" no parlamento a responder sobre todos os temas da governação..No sábado, Rui Rio foi reeleito presidente do PSD com 52,43% dos votos, contra os 47,57% do eurodeputado Paulo Rangel.