Tranquada Gomes é visto como uma figura com peso institucional e capaz de gerar consensos
Tranquada Gomes é visto como uma figura com peso institucional e capaz de gerar consensosD.R.

PSD procura pessoa idónea para lugar de presidente que saiu após perder sucessor

Sociais-democratas madeirenses hesitam entre veteranos desligados da dupla Albuquerque-Calado e figuras da nova geração.
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A reunião da Comissão Política do PSD-Madeira desta sexta-feira chegou ao fim com Miguel Albuquerque a dizer que, “a bem da estabilidade política”, deixará de ser presidente do Governo Regional, abrindo caminho a uma nova solução governativa, a sair do Conselho Regional da próxima segunda-feira. Prestes a terminar 30 anos de vida política, nada disse acerca do sucessor ou sucessora que procurará governar a região autónoma, tanto tempo quanto possível antes de haver eleições, com um novo executivo da coligação PSD-CDS e o apoio parlamentar do PAN.  

Antes, durante e depois da reunião de ontem multiplicaram-se contactos entre sociais-democratas madeirenses para arranjar uma solução que mitigue o impacto de o presidente do Governo Regional ter saído de cena por ser constituído arguido, num inquérito que incide sobre suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação e atentado ao Estado de Direito, enquanto o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, antigo vice-presidente do Governo Regional (e visto como delfim de Albuquerque), se encontra no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa, começando a ser interrogado hoje pelo seu alegado envolvimento no mesmo tipo de crimes.

A necessidade de um corte radical com a dupla Albuquerque-Calado, cumprindo as exigências de viragem de página murmuradas do Palácio de Belém e ditas em voz alta pelo PAN, cuja deputada regional Mónica Freitas, tem o voto decisivo na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, levou à promoção de contactos para fornar um triunvirato que seria liderado por Tranquada Gomes, uma figura de consenso a quem os sociais-democratas reconhecem peso institucional. Presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira até 2019, quando o acordo pós-eleitoral com o CDS-PP elevou o centrista José Manuel Rodrigues ao cargo, poderá vir a ter dois vice-presidentes: o ex-secretário regional Manuel António Correia, próximo de Alberto João Jardim e capaz de mobilizar o partido, e Sérgio Marques, ex-deputado no Parlamento Europeu e na Assembleia da República, ainda que este tenha  anticorpos no PSD-Madeira por ter denunciado publicamente “obras inventadas, cedência a pressões e favorecimentos do Governo Regional a grupos económicos”.

Uma alternativa, que estará a ser defendida pelo líder parlamentar regional Jaime Filipe Ramos, é a subida à presidência da secretária regional da Agricultura, Rafaela Fernandes. Seria a primeira mulher a liderar a Madeira, suplantando a deputada regional Rubina Leal, a eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar ou Sara Madruga da Costa, que vai sair da Assembleia da República.

Mas também há quem defenda um choque geracional - em relação a Albuquerque e também ao igualmente sexagenário Tranquada Gomes -, que consistiria na escolha do autarca de Câmara de Lobos, Pedro Coelho, que é o cabeça de lista da Aliança Democrática pelo círculo da Madeira. 

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