PSD e PS decidem listas europeias renovadas e com menos elegíveis
É já na segunda-feira, sete dias antes de terminar o prazo legal, que PSD e PS decidem os seus candidatos ao Parlamento Europeu. Tudo indica que a Aliança Democrática, com os sociais-democratas coligados com o CDS-PP e o PPM, terá a lista encabeçada pelo atual presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, enquanto os socialistas devem apostar no ex-comissário europeu António Vitorino.
Confirmando-se as indicações recolhidas pelo DN junto dos principais partidos, Moreira (que cumpre o terceiro mandato no Porto, à frente de um movimento independente) e Vitorino competirão pelos votos dos portugueses com Tânger Corrêa (Chega), João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), Catarina Martins (Bloco de Esquerda) e João Oliveira (PCP), estando por definir os cabeças de lista do PAN e do Livre, que realiza a segunda volta das suas primárias neste fim-de-semana. E juntou-se ao rol de aspirantes Joana Amaral Dias, independente que será cabeça de lista pelo ADN, embalado por 102 132 votos nas legislativas.
Além da escolha do cabeça de lista, com Moreira tido como certo, o Conselho Nacional do PSD, que vai decorrer na segunda-feira, em Lisboa, tem a difícil missão de distribuir um número limitado de lugares elegíveis. Em 2019, os sociais-democratas tiveram seis, sendo Lídia Pereira a única a cumprir o mandato inteiro, com Carlos Coelho a juntar-se-lhe após a renúncia de Álvaro Amaro. Aquando da posse do Governo de Luís Montenegro, Paulo Rangel, Maria da Graça Carvalho e José Manuel Fernandes assumiram pastas ministeriais, e Cláudia Monteiro de Aguiar tornou-se secretária de Estado, sendo os quatro substituídos nos últimos meses da legislatura. O mesmo sucedeu ao líder do CDS-PP, Nuno Melo, atual ministro da Defesa.
Estarão garantidos na lista da AD o vice-presidente social-democrata Paulo Cunha, próximo de Montenegro, e Lídia Pereira, recém-eleita vice-presidente do Partido Popular Europeu. Com o quarto lugar reservado para o CDS-PP, que deve indicar a ex-deputada Cecília Meireles ou a dirigente nacional Raquel Paradela Faustino, podem sobrar só mais um ou dois lugares elegíveis, sobretudo se o Chega obtiver um resultado semelhante ao das legislativas - o que torna incerta a reeleição de Carlos Coelho, pois a lógica das listas prevê representantes das Distritais de Lisboa e do Porto, e ainda das estruturas Regionais dos Açores e Madeira.
Já no caso do PS, que reúne a Comissão Política na segunda-feira, no Largo do Rato, está em causa o grau de renovação. Maria Manuel Leitão Marques, Margarida Marques e Carlos Zorrinho podem não regressar, Sara Cerdas foi desviada para as eleições regionais da Madeira e mesmo Pedro Silva Pereira não é tido como garantido. Em sentido contrário, os ex-ministros Ana Catarina Mendes e Fernando Medina (que teve quem o defendesse como cabeça de lista) podem ter lugar de destaque e o ainda líder do PS-Açores Vasco Cordeiro também pode ser incluído numa lista em que não pode faltar um representante do Porto. Certo é que os socialistas elegeram nove eurodeputados em 2019 e nem os mais otimistas ignoram que o resultado deverá ser mais modesto a 9 de junho.