PSD ataca governo por "desleixo" e exige forte aperto nas exceções
"O Governo anda a correr atrás do prejuízo", afirmou na manhã de segunda-feira David Justino, vice-presidente do PSD, numa crítica forte ao conjunto de medidas adotadas pelo governo para combater o pior momento da pandemia em Portugal e que o país coloca no topo dos com mais infetados do mundo. "As medidas de confinamento foram tarde e mal desenhadas", frisou.
O responsável do PSD lembrou que o seu partido deu todo o apoio ao governo nos estados de emergência, mas agora "não pode subscrever as medidas adotadas". E explicou porquê: "Quando se elencam 52 exceções é dar um sinal contrário à regra. Quando se decreta o confinamento sem qualquer fiscalização é ser conivente com a desobediência", afirmou.
David Justino exigiu que o governo "restrinja drasticamente as exceções e reveja os serviços" que estão a funcionar, incluindo os de ensino e a administração central e local. O antigo ministro da Educação apontava assim para o eventual fecho das escolas acima dos 12 anos, que o governo não parece disposta a levar por diante.
A organização das eleições presidenciais que se avizinham já no próximo fim-de-semana também mereceu reparos do vice-presidente social-democrata. David Justino recordou que o próprio ministro da Administração Interna, que votou antecipadamente este domingo, esperou duas horas na fila. "E declatou que correu tudo bem. Cobre-se de rídiculo!", disse.
"A Comissão Nacional de Eleições reconheceu que houve falhas injustificáveis e com excesso de exposição dos eleitores à contaminação", acrescentou ainda, sublinhando que "o processo fez-se de forma amadora e desleixada". O Governo, concluiu, "não pode contribuir para a desmobilização dos eleitores, nem para a desvalorização de um ato eleitoral que é muito importante para o futuro do país".
Já que o PS não quis equacionar o adiamento das eleições, como sugeriu o PSD, então David Justino frisou que o Governo "tem de assegurar que o ato eleitoral decorre em absoluta segurança". Apelou ainda a que os cidadãos vão votar no próximo domingo, respeitando as normas de segurança.