A líder parlamentar do PS considerou esta quinta-feira que o Governo foi buscar a medida que elimina os rendimentos dos filhos como fator de exclusão no acesso ao CSI ao programa eleitoral socialista, registando "com apreço" que o tenha feito. .Em declarações aos jornalistas no parlamento, Alexandra Leitão reagiu à aprovação, hoje em Conselho de Ministros, de uma medida para eliminar os rendimentos dos filhos como critério de fator de exclusão para acesso ao Complemento Solidário para Idosos (CSI)..A líder parlamentar do PS indicou que é uma medida que estava no programa eleitoral socialista e não da Aliança Democrática (AD), e "nem sequer foi uma das medidas que o Governo aproveitou dos programas eleitorais para pôr no seu programa de Governo".."Registamos com apreço que tenham adotado uma medida que consideramos importante, por isso tínhamo-la no nosso programa eleitoral, ao contrário do que acontecia com a AD", disse, acrescentando que o PS já tinha submetido um projeto de lei sobre o CSI no parlamento e agendado um debate potestativo sobre o assunto para dia 24 de maio.."O Governo jogou aqui numa antecipação. É caso para dizer que não vale a pena o Governo queixar-se de que o PS tenta governar a partir do parlamento porque, afinal, o Governo aproveita as medidas do PS. Portanto, governa mesmo através do Governo", afirmou, acrescentando que o PS "não pretende governar, pretende fazer aprovar as suas medidas".."Afinal, o Governo aprova por decreto-lei as medidas do PS", disse..Questionada se considera que se trata de um "esforço de aproximação" do Governo ao PS, Alexandra Leitão respondeu: "Não, acho que é um esforço utilizar uma medida que é positiva, da qual não se tinham lembrado, e que utilizam uma medida que era do PS".."Mas, como digo, é uma medida boa, congratulamo-nos com isso. Ficamos contudo a saber que podia ter sido uma das medidas incluídas no programa de Governo e não foi: ela é reaproveitada à última da hora, provavelmente com algum intuito político", frisou..Interrogada se o PS concorda com a medida que faz com que os beneficiários do CSI tenham acesso a medicamentos gratuitos, que foi hoje também aprovada pelo Governo, Alexandra Leitão disse que "as medidas que foram aprovadas hoje são medidas boas para as pessoas, de um modo geral", mas o partido precisa de as "estudar com mais detalhe".."Apenas temos o anúncio público, nada temos a comentar sobre essas medidas, são medidas boas. Agora naturalmente temos de registar a circunstância de uma das medidas não constar no programa eleitoral da AD, constar no do PS, e ser agora aprovado pelo Governo da AD", disse..Já questionada sobre como é que o PS se vai posicionar no parlamento perante a medida do CSI, a deputada recordou que o Governo aprovou a medida por decreto-lei, pelo que não terá necessariamente de passar pelo parlamento, e disse que o partido também precisa de a conhecer melhor para decidir se a chama à apreciação parlamentar ou não..Sobre o debate potestativo que o PS tinha agendado para 24 de maio sobre o assunto, a líder parlamentar disse que o partido ainda terá de analisar o que fazer com ele, designadamente se anula esse agendamento ou altera o tema..O primeiro-ministro anunciou hoje que o Governo vai aumentar, a partir de junho, o valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) em 50 euros e eliminar os rendimentos dos filhos como critério de fator de exclusão..Ou seja, a partir de junho o valor de referência dessa prestação passará de 550 para 600 euros e apenas serão contabilizados os valores de pensionistas e reformados que se candidatem à sua atribuição..PSD desconhecia que PS ia propor novas regras para CSI e diz que acusação de eleitoralismo é elogio.O líder parlamentar do PSD disse desconhecer que o PS ia propor novas regras para o Complemento Solidário para Idosos (CSI) e considerou um elogio as acusações de eleitoralismo porque significam que "o Governo está focado nas pessoas"..Em declarações no parlamento, Hugo Soares começou por saudar as medidas dirigidas aos pensionistas e reformados aprovadas hoje em Conselho de Ministros. "Estamos a cumprir a promessa de olhar para os pensionistas e reformados e de olhar para os que mais precisam", defendeu..Confrontado com as declarações da líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, de que o Governo se quis antecipar a uma medida que os socialistas já tinham anunciado que iriam trazer ao parlamento em breve, respondeu: "Estava previsto o PS trazer essa medida à Assembleia? Eu não sabia".."A líder parlamentar do PS apresentou um agendamento potestativo para final do mês sem tema, não tenho ainda o dom da adivinhação, nem eu nem o Governo", disse..Hugo Soares disse que hoje esperava que o PS "aplaudisse medidas para proteger os mais carenciados" que não foram aprovadas pelos seus executivos.."Não deixa de ser estranho que quem governou oito anos venha pôr o dedo no ar e dizer que no final do mês iam propor isto, é até de alguma infantilidade", disse..Questionado se o Governo não pode ser acusado de eleitoralismo, uma vez que as medidas entrarão em vigor em junho, mês de eleições europeias, Hugo Soares pediu à oposição que se entenda.."Se o Governo governa e faz coisas é porque está a pensar nas eleições, se demora mais é porque é um Governo que não faz", afirmou..E acrescentou: "Querem acusar o Governo de eleitoralismo? É a melhor acusação que me podem fazer a mim enquanto líder parlamentar",."Se acusar o Governo de eleitoralismo significa que o Governo tem uma prioridade, governar a bem das pessoas, se isso é eleitoralista, quero fazer um apelo ao Governo: que governe sempre a pensar nas eleições fazendo bem a quem mais precisa, porque é essa a função do Governo", disse..Hugo Soares rejeitou igualmente a crítica de que a AD não tinha no seu programa eleitoral, ao contrário do PS, a eliminação dos rendimentos dos filhos como condição de recurso do CSI.."Essa matéria foi amplamente debatida na campanha eleitoral. Quantas vezes ouviram o primeiro-ministro dizer q estava disponível para acabar com essa iniquidade", questionou..Ventura diz que aumento do valor de referência do CSI é "um remendo".O líder do Chega, André Ventura, classificou hoje como "um remendo" o aumento do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) e pediu ao Governo um aumento generalizado das pensões.."O Governo continua a fazer governação como fez o choque fiscal e as medidas do IRS, são pequenos remendos aqui e ali que não era o que as pessoas estavam à espera verdadeiramente", afirmou, em declarações aos jornalistas, no parlamento, sobre a aprovação hoje em Conselho de Ministros do aumento, a partir de junho, do valor de referência do CSI de 550 para 600 euros e a eliminação dos rendimentos dos filhos como critério de fator de exclusão..O presidente do Chega considerou que "há pensões miseráveis e não é com subidas marginais do CSI que se vai resolver o problema" e assinalou que durante a campanha "a AD e o Chega tinham garantido uma subida extraordinária de pensões"..Defendendo que o "Governo devia ter ido mais além", André Ventura apelou ao Governo que leve a cabo "um choque de aumento de pensões em Portugal"..Referindo que "o PS teria apresentado uma proposta parecida", porque a medida "estava no seu programa", Ventura questionou o primeiro-ministro se quer "governar como o PS".."É um orgulho para o PSD governar como o PS faria?", questionou..Afirmando que o executivo está "a fugir sistematicamente às suas responsabilidades", o presidente do Chega considerou que esta "tática do Governo que não vai funcionar porque as pessoas não se deixam enganar com facilidade".."Isto mostra um Governo desorientado, a fazer remendos e provavelmente a pensar em eleições", sustentou..Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou também a gratuitidade dos medicamentos sujeitos a prescrição médica aos cerca de 145 mil beneficiários do CSI..André Ventura disse que se estas medidas forem apreciadas pelo parlamento, o Chega vai viabilizá-las..Já quanto às propostas de descida do IRS, o líder do Chega disse que "o Chega não viabilizará nenhuma proposta" se não for alterado "o sentido da proposta que o Governo tinha apresentado"..BE diz que Governo se quis antecipar sobre CSI, PCP espera que não seja "manobra de confusão".O BE considerou esta quinta-feira que o Governo se antecipou ao aprovar alterações ao Complemento Solidário para Idosos (CSI), afirmando que seriam aprovadas no parlamento, enquanto o PCP disse esperar que não seja "mais uma manobra de confusão"..Em declarações aos jornalistas no parlamento, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, disse que as medidas aprovadas hoje em Conselho de Ministros sobre o Complemento Solidário para Idosos são "medidas boas", que o partido "defende há muito tempo"..Mariana Mortágua salientou que retirar os rendimentos dos filhos da condição de recurso, aumentar o valor do CSI e a comparticipação dos medicamentos para os beneficiários do complemento eram todas medidas que estavam no programa eleitoral do BE e manifestou-se convicta de que iriam ser aprovadas no parlamento.."O Governo quis antecipar-se e aprovar em Conselho de Ministros estas propostas e nós devemos ressaltar a sua importância: são medidas importantes no combate à pobreza entre idosos e termina assim uma regra cruel contra a qual o BE sempre se bateu, de que o rendimento dos filhos deveria contar para o apoio aos idosos", defendeu..Por sua vez, o deputado do PCP Alfredo Maia disse esperar que estas medidas não sejam "mais uma manobra de confusão do Governo" e defendeu que o que é fundamental é a valorização das pensões e reformas em 7,5% e pelo menos 70 euros..Sobre as medidas em concreto aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros, o deputado defendeu que o "Governo fica a menos de metade do caminho em relação às propostas que o PCP tem sobre esta matéria.Alfredo Maia referiu que o PCP tem apresentado "propostas no sentido de garantir a gratuitidade dos medicamentos para as pessoas com mais de 65 anos, para os doentes crónicos e para as pessoas em situação de insuficiência de recursos", enquanto o executivo só aprovou esta quinta-feira o reforço da comparticipação dos medicamentos para os beneficiários do CSI..Por outro lado, sobre o aumento do valor de referência do CSI em 50 euros, Alfredo Maia sublinhou que o Governo continua a garantir "a prestação apenas em 12 meses", enquanto o seu partido propõe que o CSI seja pago em 14 meses, duplicando o valor em julho e agosto..Por último, apesar de salientar que a exclusão dos rendimentos dos filhos no cálculo para acesso ao CSI é positiva, Alfredo Maia defendeu que é também necessário "autonomizar os cônjuges nesse cálculo".