Paulo Rangel recebeu o apoio de Luís Montenegro à margem da Cimeira Luso-Espanhola.
Paulo Rangel recebeu o apoio de Luís Montenegro à margem da Cimeira Luso-Espanhola.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Primeiro-ministro garante ter “total confiança” em Rangel

Ministro dos Negócios Estrangeiros chamado ao Parlamento pelo PS e pelo Chega devido a alegados insultos ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea.   
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta quarta-feira ter “total confiança” em Paulo Rangel e acrescentou que “é uma tontaria andarem a criar um caso”, reagindo a requerimentos, apresentados pelos grupos parlamentares do PS e do Chega, para a audição do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros na Comissão de Defesa Nacional.

Em causa estão notícias sobre um incidente, alegadamente ocorrido no aeródromo militar de Figo Maduro, no qual Rangel é acusado de ter tido “condutas impróprias” (para o PS) ou “comportamento inapropriado” (segundo o Chega), dirigindo gritos e ofensas ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, e  outros militares. Tudo terá ocorrido a 4 de outubro, à chegada de um avião da Força Aérea que trazia portugueses do Líbano.

Segundo os requerimentos do PS e do Chega, que citam uma notícia revelada pelo semanário Tal & Qual, Rangel terá “destratado” militares por estes não lhe darem acesso a uma zona reservada onde queria receber os passageiros. “É uma situação que, além de grave, poderá provocar um problema institucional”, defendem os socialistas, visto que se trata “de um ministro de Estado de uma área de soberania”, com “funções e responsabilidades acrescidas no Governo”, pois substitui o primeiro-ministro nas suas ausências. E o Chega diz que o “comportamento descontrolado” do ministro “é inaceitável e compromete a autoridade, disciplina e dignidade das próprias Forças Armadas”.

À margem da Cimeira Luso-Espanhola, com Rangel ao seu lado, Luís Montenegro criticou os dois partidos por irem “à boleia de imprecisões e incorreções em notícias”. E, negando-se a comentar o episódio, mas realçando que não houve nenhuma queixa do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, disse que aqueles que querem retomar a prevalência dos militares sobre o poder político, existente antes da revisão constitucional de 1982, “vão ficar a falar sozinhos”. 

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