Pedro Nuno Santos candidata-se à liderança do PS
Pedro Nuno Santos, deputado, ex-secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e ex-ministro das Infraestruturas, vai candidatar-se à liderança do PS e está à beira de o anunciar.
O anúncio poderá ocorrer ainda hoje ou então garantidamente nos próximos dias. Pedro Nuno, de 46 anos, economista de formação, ex-líder da JS, terá como uma das suas principais bandeiras a demarcação em relação à herança costista (demitiu-se de ministro das Infraestruturas em dezembro de 2022 e logo a seguir da direção do partido).
Na legislatura 2015-2019 foi o principal "pivot" no PS das negociações dentro da 'geringonça' entre o PS, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PEV, sendo então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Entusiasta de entendimentos como esse, desde pelo menos 2018 que se lhe conhecem ambições de suceder a Costa na liderança do partido. Lidera a ala esquerda do PS e há muito que vem construindo uma rede de apoios dentro do partido.
Pedro Nuno Santos poderá enfrentar na candidatura à liderança do PS o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
Carneiro afirmou hoje à agência Lusa que ainda não tomou qualquer decisão sobre uma sua eventual candidatura à liderança do PS, adiantando que tem recebido apoios de militantes e cidadãos independentes.
Esta posição foi transmitida por José Luís Carneiro, atual ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto dos socialistas, horas antes da reunião da Comissão Política Nacional do PS, marcada para as 21:00, e que vai começar a definir os caminhos deste partido após a saída de António Costa das funções de primeiro-ministro e de secretário-geral do PS.
"Tenho ponderado, mas ainda não tomei qualquer decisão. Tenho recebido manifestações de apoio de militantes, simpatizantes e de muitos cidadãos independentes. Apenas tenho mantido uma avaliação serena", declarou José Luís Carneiro, um dos principais membros da chamada ala moderada do PS.
José Luís Carneiro observou que está em curso "um diálogo interinstitucional que deve ser respeitado, porque visa salvaguardar o interesse nacional".
"A estabilidade do país, perante um quadro internacional extraordinariamente exigente, deve ser a prioridade de todos", advertiu.
Referiu, ainda, que, "depois, haverá a reunião e decisão dos órgãos do partido".
"Com tranquilidade e ao nível dos seus órgãos, [o PS] tomará democraticamente as suas decisões. Após essas decisões dos órgãos próprios, avaliarei e decidirei. Decidirei com base na minha consciência e no interesse do meu país", acrescentou.